21 maio 2011

NÃO SOMOS ILHAS



Foto imagem 'Ilha Particular'
Vivemos um dos piores momentos de isolamento na história da raça humana. Apesar de sermos quase 7.000.000,00 de pessoas habitando o planeta, nos vemos ilhados em nossos pequenos mundos, hermeticamente fechados para outros. Vários fatores contribuíram para tal isolamento, dentre eles encontramos o acelerado desenvolvido das diversas tecnologias de comunicações. Com o advento da televisão tivemos um êxodo das pessoas das praças e ruas, onde o convívio era regular e até certo ponto libertador para dentro de suas residências, aprisionadas diante de imagens e sons. Com isso deixamos as ruas livres para que aumentassem o numero de assaltos e violências diversas. Mesmo dentro de casa assistindo a mesma televisão iniciou-se um processo de distanciamento. Com o aumento do poder aquisitivo das famílias em cada quarto uma televisão passou a capturar o tempo e espaço das famílias. Na década de 80 tivemos aquilo que Alvin Tofller chamou de a Terceira Onda, a era dos chips. A informática invade empresas, escolas, lares e provoca outra avalanche de afastamento entre as pessoas. Agora, em muitos lares, seus participantes se comunicam através de e-mails, MSN, webcam etc. O tempo gasto diante do computador roubou momentos de comunhão e vida nos lares. Experimentamos uma geração com extrema dificuldade de relacionamento, que se expressa com péssima qualidade e com um grau de cultura que deixa a desejar. Todos voltados para si mesmos, senhores de seus pequenos mundos e frios em seus relacionamentos.

Por estarmos distantes um dos outros forjamos uma geração que percebe a vida como se ela tivesse iniciado agora. Perdeu-se o nexo histórico e os valores que nos trouxeram até aqui. Como o capitalismo impera então os valores vividos atualmente seguem a lógica do mesmo. Consumo, prazer e um tremendo vazio de alma. Só que isto não alimenta o interior do homem por muito tempo. A vacuidade mostrará sua face negra a uma geração impotente para vencê-la. Temos um aumento assustador da Síndrome do Pânico no meio dos adolescentes, aumento da depressão nas mais diversas faixas etárias e uma insuficiência por parte da ciência para ajudar a libertar aqueles que estão presos em suas malhas.

Não somos ilhas autos suficientes. Não nos bastamos para nós mesmos. Precisamos urgentemente resgatar o senso de interdependência e atrairmos valores para nossas existências.

A igreja sente este impacto do isolamento e isso se percebe no nível de relacionamento entre seus membros. Cada um preocupado com seus problemas, angústias e saídas. Não nos preocupamos mais com nossos semelhantes a ponto de parar nosso ritmo frenético existencial e olharmos para o lado com as mãos estendidas. Como prestarmos culto a Deus se não conseguimos um nível mínimo de comunhão entre nós? O culto público, a reunião solene dos santos somente tem valor e significado dentro da vivência da fé em comunidade. Fé individualista e pessoal não cabe no culto solene. Ali importa mais sairmos de nossos casulos existências e nos estendermos para nosso irmão e cultuarmos Aquele que não existe em solidão eterna, mas sim em uma santa e vívida comunhão.

O mundo vive só. O mundo provoca a solidão. O mundo faz do homem uma ilha.

A Palavra de Deus nos chama a sairmos de nós mesmos e em amor encontrarmos nosso irmão. A Palavra diz que em Ef. 5:19 “Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração”, em Col. 3:16 “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”, em Rom. 12:15 “Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram”.

São textos que apontam para o convívio, mutualidade e vivência.

Somos desafiados pela Palavra a vencermos o isolamento.

Soli Deo Gloria

Pr. Luiz Fernando R. de Souza

4 comentários:

  1. Graça e paz! O Senhor nos chama para termos um relacionamento com ELE e com os homens.Isso se comprova nos mandamentos onde os 4 primeiros versam relacionamento com o Pai e os demais com os homens. A questão é: Onde está nosso coração? Nas coisas de Deus ou nas do mundo?Se nas de Deus, frutos serão vistos.
    Não podemos nos esquecer que estamos na contramão deste mundo.
    Importante texto para reflexão.E que o Espírito Santo de Deus nos incomode a vivermos um evangelho pleno.
    Em Cristo
    Andréia

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  2. Se nos unirmos contra as desgraças e maldições que inflamam o coração dos homens como está escrito em Romanos Cap.1, passaremos por cima das tragédias impostas pelos mercenários de Lúcifer.Muitos crentes vivem em uma cadiera de rodas espiritual,estão tetraplégicos e não fazem nada por mor à Deus,querem o que os anticristo que um dia entraram em mutos teplos com aquela cara de cachorro sem dono implorando voto em nome de Jesus agora nos mostram o quanto são covardes e desviados,mas respeito só tem por pessoas de bem,o terror virá sobre os impios em breve.

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  3. Olá Luiz Fernando!
    Este isolamento dito no texto é real e tende a piorar, pois pessoas que não conhecem a Cristo que já estão sentindo a vacuidade com toda sua face negra, estão desesperados a procura de prenchimento desse espasso que não é mais preenchido pelas coisas que eles conheceram. Mas o problema e o desafio maior da Igreja de Cristo está em nuitas pessoas que conheceram a Cristo, mas estam passando por este problema e precisam ser restauradas. Alguns veem que no local aonde deveriam receber ajuda como é citado em Ef 5:19, por parte de muitos são ignorados, até mesmo despresados e ridicularizados por aqueles que se dizem ser cristãos, com seus jargões e suas perguntas superficiais, "sobre como você está e etc"... Mas estão cumprindo formalidades que aprenderam com os maus exemplos e na verdade não estão nem um pouco preocupados com o seu bem estar.Parecem que suas mentes estão cauterizadas pois, como podem pensar que estão buscando a Deus em um culto solene dos santos se não se importam com quem está ao seu lado. Como poderemos ser instrumentos de Deus para ajudarmos a cuidar dos que estão vindo de fora com a vázio existêncial, se estamos com os mesmos problemas. A onde deveria haver calor o Amor verdadeiro de Cristo, infelismente por parte de muitos a somente a frieza e falsas aparências. Não devemos olhar pra homens para seguirmos a Deus e eu concordo, mas como viver em comunhão com estas pessoas? Teremos então que escolher a dedo com quem termos comunhão? Isto muito triste!

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  4. A PAZ DO SENHOR PASTOR,

    REALMENTE UM TEMA MUITO ATUAL E BEM DESENVOLVIDO PELO IRMÃO.
    ESTA PALAVRA FOI MUITO UTIL PRA MIM E COM CERTEZA PRA MUITOS, TAMBÉM SERÁ.

    EM CRISTO,

    MARIO CESAR DE ABREU
    EVANGELISTA

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