12 dezembro 2009

VENCENDO O MEDO

No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor". I Jo. 4:18

INTRODUÇÃO

Todos nós temos medo em graus diferentes. Para alguns há o medo do escuro, trovões, ambientes fechados (claustrofobia), altura, medo do futuro e principalmente medo da morte.

Quando observamos o medo, muitas vezes ele e infundado, neurotizante e inibidor. Encontrei ao longo do ministério, pessoas prisioneiras, trancadas em suas celas interiores, onde o medo é o carcereiro.

Mas o medo pode ser entendido e pode ser de grande ajuda durante a vida.

Precisamos contrastar o medo com o amor.

Enquanto o amor indaga: “o que posso fazer em favor da outra pessoa?”, o medo mantém os olhos fixos nas possíveis conseqüências e pergunta: “o que ele fará contra mim?”

O amor trabalha na feitura das tarefas de hoje, mantendo-se tão ocupado que não tem tempo de preocupar-se sobre o amanhã.

Posto que se concentra no amanhã, o medo não assume responsabilidade de hoje, nem mesmo a vida de hoje.

O amor leva a mais amor e o temor a um maior temor e consequentemente ao fracasso.

Esse contraste é evidente:

- o amor da de si mesmo; o temor é auto-protetor.

- o amor busca o próximo; o medo o evita.

O apóstolo João nos diz movido pelo Espírito Santo: “o amor é maior que o medo e o expulsa.”

I - DEFININDO O MEDO

a) Psicologicamente: “Medo é uma emoção que se experimenta na presença ou expectativa de perigo real, freqüentemente físico.”

Difere da ansiedade porque esta é uma reação a perigos irreais ou internos.

A pessoa que está no meio de uma epidemia de gripe, pode temer ficar doente – isto é medo – outra pessoa pode temer todos os dias de sua vida determinada doença – isso é ansiedade.

Contudo ansiedade e medo parecem produzir as mesmas reações psicológicas. O sistema nervoso autônomo é despertado. Esse despertamento produz taquicardia acentuada, respiração curta, tremores, suor, tensão muscular, secura na boca, mudanças no timbre de voz e tontura. O medo produz um aumento de adrenalina no sangue colocando o corpo em posição de alerta.

b) Quando o Medo é Pecado

Quando tememos aquilo que Deus disse para não temermos. Isso implica na reação ao medo. Deus disse em sua palavra que deveríamos temer em última instância somente a Ele.

A pessoa que tem medo de perder sua riqueza, age como alguém que adora a outro deus. O mesmo se pode dizer dos que tem medo excessivo de perder a saúde, amigos ou emprego.

Ex.: “os expias voltando de canaã; voltaram tremendo e medo. Sentiam-se como gafanhotos diante dos habitantes daquela terra. Deus havia ordenado ao povo para entrar e apossar da terra, mas os espias basearam-se no medo e em suas percepções.”

TODA VEZ QUE VOCE PERCEBER UMA SITUAÇÃO OU CRISE, VOCÊ AGIRA DE ACORDO COM ESTA PERCEPÇÃO.

Eles achavam que os problemas estavam acima do que podiam suporta e até acima do que Deus podia enfrentar.

Quando Deus lhes disse para não temerem, Ele queria dizer que eles não deviam agir baseados no medo. Não deviam tributar tal respeito ao inimigo. Ao fazê-lo, eles estavam desrespeitando a Deus, duvidando de Deus, Estavam redendo-se aos seus inimigos, em vez de se submeterem a Deus.

c) Temor só a Deus

Porque só Ele pode matar o corpo e fazer parecer a alma no inferno- Mt. 10:28

A Bíblia nos incita a temermos a Deus.

Prov. 1:7 nos diz: “o temor do Senhor é o princípio do conhecimento.”

Sl. 19:9 “o temor do Senhor é límpido e permanece para sempre.”

Sl. 96:9 “adorai ao Senhor na beleza da sua santidade, tremei diante dele todos os moradores da terra.”

Hb. 12:28 “sirvamos a Deus agradavelmente com temor e piedade.”

Mas o temor do Senhor não é igualado ao sentimento de medo. Seus efeitos são positivos: felicidade – vida longa – justiça.

Somente o temor do Senhor liberta o homem de todos outros temores.

- O VERDADEIRO AMOR LANÇA FORA O MEDO

II COMO O MEDO SE INSTALA

a) O medo Como Alarme Contra Perigos

Uma cobra no meio do caminho. A travessia de uma rua com muito trânsito. Uma chuva forte – dirigir com cuidado.

b) Medo Relacionado Com a Idade

Os adultos dizem que tem menos temores do que quando eram crianças.

Crianças com menos de 4 anos tem mais medo de ruídos, objetos e pessoas que não lhes são familiares.

De 4 a 6 anos preocupam-se mais com segurança pessoal.

Aos 8 anos temem os fenômenos naturais, tempestades, de morrer pelo fato de tomar alguma droga.

Adolescentes têm medo de temores políticos, convivência com a família e amigos – segurança pessoal.

Adultos – desenvolvimento dos adultos.

Meia idade – serem substituídos pelos mais jovens, perda da capacidade sexual.

Os mais velhos – lutam contra o medo de serem deixados sozinhos, medo de doenças, dor e morte.

c) Disfarces do Medo

É Projeção de Força. Aparência de fortaleza. Ela não motiva ninguém, mas sufoca.

A insegurança é compensada por uma tentativa de dominar os outros. Quem disfarça seu medo com a máscara da força está condenado a infelicidade.

Compare Paulo e Nero. Este suicidou-se aos 32 anos.

É Disfarce de Santidade

A aparência de santidade é ótima para esconder uma grande lista de características desagradáveis que os falsificadores tem usado ao longo do tempo.

A própria projeção da imagem de santidade é pecado. (At. 5:1-10 – Ananias e Safira).

“orei e o Senhor me disse que devemos agir assim.”

É o medo que está por trás disso. Quer manipular o próximo.

Apresentam sua vontade como que se todas as pessoas que se lhes opõem parecem estar contra o próprio Deus.

3 maneiras do medo se manifestar atrás da santidade

a – através do orgulho – insiste que é humilde.

b – através da condescendência – o medo critica os outros sempre querendo corrigí-los. A pessoa medrosa espera assegurar sua posição mediante a critica aos outros.

c – irrealidade

disfarça o medo buscando um mundo irreal. Busca uma miragem. No momento da reflexão o carola vê um abismo entre seu mundo irreal e a insuficiência de sua vida real. Neste ponto ele desenvolve um outro medo/novo medo – o de ser desmascarado.

d) Generosidade e Altruísmo

e) Possessividade

Tudo por amor à filha – critica as escolhas da filha para protege-la, mas no fundo não quer o melhor para filha, mas para si mesmo.

Continua na próxima postagem......

Soli Deo Glória.

Pr. Luiz Fernando R. de Souza


2 comentários:

  1. Pr. Luiz Fernando,

    seu texto é, no mínimo, interessante e instigante, no sentido em que aborda um sentimento à luz bíblica.

    É claro que, como sentimento, o medo é humano e se relaciona com a nossa humanidade de várias maneiras, como o irmão apontou, algumas delas poderosamente escravizadoras.

    Porém, da mesma forma, o irmão revelou a sua fraqueza diante de Deus. E ecoando as palavras de Paulo, é quando estamos fracos que somos fortes, porque Deus é quem nos capacitará pelo seu poder a resistir, inclusive, contra o medo.

    Por isso o Dr. Jay Adams é categórico em afirmar que a psicologia e a psiquiatria são incapazes de "curar" os males da alma humana. Ele os coloca como impostores, uma espécie de curandeiros medievais (não os relaciona com a medicina orgânica) que mal e porcamente aliviam a dor sem curá-la.

    Para ele, apenas o aconselhamento pastoral, baseado suficientemente nas Escrituras é capaz de curar a alma humana. Ou seja, Deus usará a Sua palavra através dos dons que distribuiu aos Seus servos para curar as "doenças" espirituais (creio que alma e espírito são a mesma coisa. Logo, não sou tricotomista), cuja origem estará sempre na rebeldia e na não submissão do homem a Cristo e Seu evangelho: o pecado.

    Então, pergunto ao irmão:

    1)Como vê a relação entre os desvios psicológicos e a afirmação do Dr. Jay Adams de que apenas e somente as Escrituras, pela ação do Espírito Santo e do aconselhamento pastoral, é capaz de curar o homem?

    2)Toda "doença" da alma tem como fonte o pecado e a rebelião contra Deus?

    3)É possível um crente verdadeiro sofrer dessas "doenças"? E um incrédulo, ainda que não regenerado, pode ser beneficiado com o aconselhamento pastoral, e chegar à cura?

    Grande abraço ao irmão.

    Cristo o abençoe!

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  2. Prezado irmão Jorge,
    esses sentimentos que vivemos são puramente humanos em suas estruturas. Muitos no meio evangélico os têm endemoninhado e isso tem trazido uma discrepância irredutível. Jay Adams em suas abordagens terapêuticas demonstra uma indisposição quanto à psicologia tradicional. Realmente como ciência a psicologia tem pouco tempo de reconhecimento. Acredito que em uma abordagem terapêutica os vários ramos do saber devam estar envolvidos para uma melhor compreensão e resultados. Creio que as Escrituras e o Espírito Santo sejam suficientes para cura de almas e era isso que era praticado antes da chegada das terapias. Creio também que algum conhecimento no ramo da psiquê seja bastante útil no enfretamento das crises existenciais. Quanto as doenças ter como fonte o pecado, isso é verdade ontologicamente. A estrutura do ser humano é impactada pelo pecado e isso não podemos negar, haja vista, o fator morte. Linus Pauling, um químico, em seus estudos percebeu que as células do corpo humano podem se regenerar indefinidamente, mas não sabia explicar porque paravam em algum estágio da vida e os homens morriam. Teologicamente a explicação está no pecado que afetou toda estrutura humana. Creio que uma abordagem confrontativa com o pecado na vida das pessoas surtam resultados rápidos e perenes. Muitas vezes os distúrbios emocionais estão diretamente ligados à quebra da lei de Deus e isso não se resolve com terapia mas com a Palavra e o Espirito Santo.
    Cristãos podem e vivem tais doenças e acredito que as vivem em maior intensidade porque, em muitas igrejas, estão expostos a um evangelho espúrio e inócuo. Mas se confrontados com a Palavra são de fácil recuperação.
    Não cristãos podem se beneficiar sim do aconselhamento pastoral. Tenho vivido isso em meu ministério. Quando se dispõem a fazer o que a Bíblia diz demonstram resultados firmes.
    Agradeço mais uma visita sua no blog e que o Senhor o cumule das mais ricas bençãos em Cristo.
    um abraço

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