Abordo nesta postagem o segundo texto do Jornal Batista Nacional, informativo oficial da Convenção Batista Nacional, edição de Setembro a Dezembro de 2013, que versa sobre o tema Unidade na Diversidade.
Neste
novo texto abordado ( O 1o. texto tem como tema: Uma Denominação que se Implode - CBN- Convenção Batista Nacional - postado em 11/02/14) a autora inicia falando de seu passado na CBN, dos pastores
que a influenciaram, bem como do seu crescimento teológico nos últimos 3 anos.
Tenta
mostrar, como na postagem anterior, que diversidade teológica pode conviver com
um sistema denominacional e assim a malha denominacional não é afetada em nada.
Em
parte do texto mostra alguma coerência, mas logo em seguida demonstra
incoerência.
Afirma Ipsis Litteris “Conhecendo tantas igrejas (e ainda há tantas para conhecer), sempre me
intriguei pelo fato de que todas, apesar de serem Batistas Nacionais, fossem de
certa forma tão diferentes entre si. Isso me intrigava, porque afetava a
maneira de fazer e viver missões”.
Causa-me
estranheza o fato da autora afirmar seu crescimento teológico e ao mesmo tempo
ficar surpreendida com o que descreve acima. Ora essas diferenças entre as
igrejas Batistas Nacionais não deveria intrigar ninguém, pois não existe uma
igreja igual ou similar a outra. As diferenças são bem vindas e devem ser
praticadas, assegurando assim a identidade de cada igreja local. Diferenças
doutrinárias, teológicas etc. que existem no meio Batista Nacional, essas sim,
deveriam causar estranheza, pois não pertencem ao meio Batista. Estas
diferenças somente desnudam a total incoerência teológica vivida pelas igrejas
e aceita tacitamente pela CBN Nacional, que mui raramente se posiciona em
termos doutrinários. A malha teológica, Bíblica, Filosófica e doutrinária da CBN
já não existe em grande parte das igrejas filiadas. Por terem aceitado
acriticamente vários ventos de doutrinas, incorporaram em suas eclesiologias e
práticas de vida aquilo que abraçaram.
Abandonaram
os antigos marcos e padrões de um modo contumaz e nada colocaram no lugar,
ficando à deriva e à mercê destes ventos de doutrinas.
Um
dos grandes erros das lideranças originais da CBN foi não ter gerado novas lideranças
fortes e comprometidas, não somente com a Renovação Espiritual, mas com os Princípios
Batistas. Talvez porque pela forma explosiva de crescimento que experimentaram,
tanto de igrejas que aderiram e mesmo foram formadas à Renovação Espiritual e a
urgência em coordenar esse crescimento desviou o foco daquilo que deveria ser
basilar; manter o crescimento sem perder os princípios. Não se constrói uma
denominação sem alicerces sólidos. Não se constrói uma denominação sem
lideranças comprometidas com o futuro.
A
autora diz: “Algumas das razões da minha convicção Batista Nacional vem
exatamente do fato de que podemos “pensar” e nos orgulhamos de nossa capacidade
“democrática” de decisão e escolha”.
Parece-me
que a autora entende, como o autor do texto objeto da postagem anterior, que
somente a CBN detém ou proporciona essas faculdades. Desconhece que todo
sistema congregacional tem como algumas de suas características básicas essas
faculdades. Parece-me que para a autora a CBN criou essas faculdades “ex-nihilo”,
esquecendo-se que seus fundadores eram oriundos da CBB.
A
autora faz afirmações verdadeiras e competentes, mas sempre volta para a inconsistências,
parecendo que o conhecimento ainda não está plenamente assentado em sua mente
ou não tem convicção daquilo que afirma. Veja esta afirmativa: “Denunciamos e
repudiamos a manipulação e somos livres para exercer a nossa vocação no
contexto que acharmos apropriado, contanto que princípios de fé e prática não
sejam maculado”.
Realmente,
nós batistas, repudiamos a manipulação porque entendemos e aceitamos por
princípio que todo homem deve ser livre para compulsar a Palavra de Deus e busca-lo
em todo tempo, preservando sua individualidade, consciência e disto advêm outro
princípio batista de que deve haver separação entre Igreja e Estado e qualquer
interferência nas duas vias é indesejável.
Logo
em seguida a autora afirma que as diferenças provocam separações e que vários
pastores questionam se vale a pena ou se tem alguma vantagem em permanecer ligados
à CBN. Ela responde, talvez sem perceber, seus próprios questionamentos
postulados anteriormente no texto, sobre as igrejas ligadas à CBN serem tão
diferentes. As diferenças teológicas, eclesiológicas, doutrinárias etc.
forçosamente produzem essas posturas segregadoras dos pastores e igrejas a
ponto dos mesmos não encontrarem mais motivos para permanecerem, abraçando
ensinos de grupos ou líderes que prometem crescimentos explosivos de igrejas e
consequentemente aumento no volume financeiro dos caixas das mesmas.