27 junho 2011

QUANDO A IGREJA SE TRANSFORMA EM CIRCO E O ALTAR EM PICADEIRO




O VÍDEO ORIGINAL FOI REMOVIDO. O MOTIVO DADO NÃO TEMOS COMO CONFERIR, MAS TENTAR ACREDITAR QUE SEJA. POR ISSO, COLOQUEI OUTRO PORQUE DEMONSTRA O MESMO CONTEÚDO QUE O ANTERIOR E FOI GRAVADO NO MESMO AMBIENTE DE CULTO.

Ao postar este texto não questiono pessoas, pois, muitos no vídeo conheço pessoalmente e as tenho em alta estima. Questiono comportamentos.
Vemos um avanço avassalador do mundanismo sobre a igreja. A igreja abraçou acriticamente o mundanismo como modus vivendi. O diabo seduziu um grande percentual de cristãos a aceitar os padrões do mundo como referência para a igreja. Charles Haddon Spurgeon, pregador batista do século XIX disse: "A igreja abandonou a pregação ousada; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as frivolidades que estavam em voga no mundo, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de ganhar as multidões". A tentativa de tornar o culto mais atrativo para os não convertidos tem jogado a igreja na sarjeta e a tem descaracterizado. Nunca se soube de um profeta que tenha utilizados desses meios para atrair multidões. João Batista, a voz que clamava no deserto, tinha uma rara capacidade desconhecida pela maioria dos pregadores e cristãos, ele conseguia encher um deserto e esvaziar uma cidade com uma mensagem cujo cerne era "arrependei-vos porque é chegado o Reino dos céus". A igreja historicamente não se deu ao luxo de divertir seus ouvintes, antes os confrontavam com uma mensagem que os tirava de seus sonos letárgicos. Agora esta igreja tentar aplacar as consciências transformando-se em circo e fazendo de seus altares picadeiros. O que vemos neste vídeo nada mais é do que o total fracasso de um sistema falido, onde Deus é totalmente desprezado e vituperado. Não questiono intenções, que por sinal devem ter sido boas, mas questiono o modo grotesco e inútil de tentar tornar a mensagem do Evangelho de Cristo mais aceitável para esta geração, como se esta geração não precisasse de se arrepender e confessar a Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas.
A igreja que deveria ser a voz profética desta geração, sacrifica esse chamado no picadeiro da idiotice. Nenhum profeta sofreu por entreter o povo, mas por apontar e colocar o dedo nas feridas morais e espirituais de seus tempos. Foram serrados ao meio por trazerem uma mensagem que triturava o status quoo de suas gerações. Lançavam no desconforto emocional e espiritual aqueles que estavam confortáveis e confortavam os que estavam angustiados. Não vejo no espectro da fama dos cantores gospel um rol de mártires. Nada mais traz vergonha para o nome de Cristo do que essa banalização do sagrado. Prover distração é algo antagônico ao Evangelho e ao chamado de Cristo para a igreja. Tornar o culto mais agradável para atrair pessoas injetando no mesmo princípios mundanos não trará salvação e libertação para ninguém. Tentar atrair pessoas para Cristo de qualquer jeito é desconhecer por completo o que é Evangelho. Deus sempre trabalhou e trabalha com padrões e o seu padrão é: "Retirai-vos dela povo meu". Não passa pela minha cabeça o apóstolo Paulo, Agostinho, Tertuliano, Orígenes, Lutero, Calvino, M. L. Jones, J. Pipper, Enéas Tognini, Rosivaldo Araújo, Ashbel Green Simonton e outros permitindo o mundo entrar pela porta da frente da igreja transformando-a em circo e seu altar em picadeiro. Para mim, isso é oferecer fogo estranho no altar do Senhor.
A igreja primitiva por pregar a Cristo e este crucificado não tinha tempo para entreter o povo. Os primeiros cristãos saíram espalhando as boas novas de salvação em meio a uma terrível perseguição. Não havia tempo para circo. Não havia espaço para o picadeiro. Eles tinham uma mensagem candente da parte de Deus para uma sociedade que caminhava para o inferno a passos largos. A igreja, em nossos dias, se alinhou com o mundo e aceitou os conselhos de Balaão nos quais os filhos de Israel se corromperam casando-se com as filhas dos moabitas. Balaão não conseguiu amaldiçoar o povo de Deus, então o fez corromper com a prostituição. O que vemos neste vídeo é corrupção do culto a Deus e consequentemente prostituição espiritual.
Fico a me perguntar: Quais os benefícios advindos de práticas como estas? No final todos perdem. Os novos convertidos perdem por aprenderem que entrar na presença de Deus pode ser feito de qualquer maneira. Os novos convertidos são infantilizados e idiotizados. O mundo encontra motivos para rir de Deus e sua igreja. Os zombadores se acham em casa nestes momentos. O aflito que entrou para encontrar uma palavra de conforto foi apresentado a um outro evangelho que não o de Cristo. Quem veio buscar alimento para sua alma sai destas reuniões anêmicos. O espelho da Palavra é trincado nestes cultos e ninguém pode se ver à luz da Palavra.
Realmente entreter as multidões não traz nenhum benefício.
Sei que atrairei o desprezo, a ira e manifestações de muitos. Mas quem poderia ser o exemplo e apontar o caminho se encontra perdido.
A grande necessidade da igreja nestes dias é a de um púlpito forte com mensagens bíblicas que provoquem quebrantamento, confissão de pecados e devoção ao nosso Deus. Isso abrirá as portas para um aviamento que mudará a vida da igreja e do país. Por não termos Palavra de Deus proferida por lábios e corações incendiados pelo Espírito Santo, apelamos para o mundo como meio de aplacar nossos clamores interiores. Davi expressou de modo excelente a necessidade da igreja moderna quando disse: "A minha alma tem sede do Deus vivo".
Precisamos olhar para o nosso farol, Cristo. Somente Ele pode nos mostrar os perigos que nos cercam e apontar a melhor rota para as embarcações de nossas vidas.

Soli Deo Gloria

Pr. Luiz Fernando R. de Souza

A Solidão do Pastor


Pastores costumam ser pessoas solitárias, por vocação. Conheço muitos pastores que têm amigos de verdade, e, no entanto, têm forte tendência à solidão! A maior parte deles vive se remoendo, enquanto lutam com seus problemas interiores, sem poder encontrar um amigo de confiança com o qual desabafar. Não podem conversar sobre seus problemas e conflitos com os membros da igreja; e sequer com os demais obreiros. Desabafam com Deus, enquanto derramam o coração em lágrimas em seus momentos de solidão. Pastores sofrem com a solidão. Ainda que acompanhados de tanta gente e cercados de colegas ministeriais vivem sós. Geralmente os obreiros que os cercam não o fazem como amigos ou companheiros de jugo, vivem de encômios – aplaudem e elogiam em busca de cargos ou privilégios. Raramente encontra-se um amigo que viva o compromisso de ajudar o líder, a ponto de admoestá-lo com amor.

Por outro lado, o líder em evidência se põe perante os demais colegas ministeriais como gente de esfera superior, que não precisa da ajuda de ninguém, como super-homem, intocável, impecável – isto mesmo, no sentido de que nunca peca – inviolável e que sabe superar seus problemas. Perante seus amigos e colegas tem uma imagem colorida de sucesso e poder – mas tais pastores são pessoas ímbeles, débeis, fracas, e esquecem que o poder de viver integralmente a vida cristã reside na dependência de Deus e na força de seus amigos.

Pastores são como águias que voam sós e vivem nos céus distantes – acima dos problemas – mas cheios destes. Deveriam agir como águias quando a sós com Deus, e quais ovelhas de um rebanho a viver ao lado dos demais.

Eis a razão porque os pastores aprendem a sofrer calados. Choram aos pés do Senhor confessando suas faltas. E gostariam de ter um amigo por perto. Mas, desabafar a quem? Arredios e acostumados a serem traídos, inteligentemente se calam. E sofrem. Gostariam de ter um amigo para conversar sobre sexo, dificuldades com a esposa, tentações, finanças, problemas pessoais, mas sofrem, ignotos, temendo o colega infido - infiel. Imaginam que podem ser traídos e prejudicados. Que diferença a confissão de pecados que os noviços e monges faziam ao seu superior nos mosteiros! Nada do que era confessado podia ser usado contra eles em juízo. Depois que se confessava, seu superior se calava sem jamais poder usar da confissão de seu subalterno como prova de condenação em juízo. Um superior quando sabia que o noviço pecara contra a igreja não aceitava confissão, do contrário a pessoa não poderia ser questionada por ele no tribunal.

Na falta de confessores, os pastores digladiam-se internamente com seus traumas e pecados. Esquecem que a confissão traz alivio à tensão, desabafa sentimentos, cura e traz paz interior. A confissão e as lágrimas ajudam o pastor a sentir que é humano, ao mesmo tempo em que é espiritual. A confissão afasta a caligem e impede que o obreiro se torne biltre e mendaz.

O verdadeiro líder encontra noutro líder, apoio, pois ambos reconhecem a fragilidade e a tendência ao pecado do ser humano. O verdadeiro líder entende que as pessoas vivem na fraqueza, e ele também sabe que vive as mesmas fraquezas.

As Escrituras não escondem as fraquezas e as tentações dos homens de Deus, até dos mais íntimos de Jeová. Noé, Abraão, Moisés, Davi, Elias e demais homens de Deus tiveram seus momentos de fraqueza, e alguns deles são vistos em momentos de depressão, e quando o escritor aos hebreus deles se utiliza para falar da fé, não menciona, em momento algum suas fraquezas, mas a fé e a perseverança que lhes levou a obter o galardão. Todos tiveram temores. Sara, a esposa de Abraão não creu – e, no entanto aparece em Hebreus como mulher de fé! Algumas daquelas fraquezas são imperdoáveis e inadmissíveis hoje pela liderança de certas denominações.

Que pastor não tem um exemplo de traição, de um obreiro que agiu de solércia – de ardileza a relatar? Quem transmitiu ao rebanho a idéia de que nós, pastores vivemos do gáudio e do júbilo apenas? Por que o rebanho imagina que o pastor e seu báculo com seu aspecto dominante são intocáveis? Todos temos fraquezas.

Podemos recender ao perfume de Deus, ao brilho de sua glória, mas Deus sempre deixa um quê de imperfeição para manter-nos humildes diante dele. Na vida familiar uma esposa que não acompanha o obreiro ministerialmente, um filho que se desvia; um negócio que emperra; uma calúnia que nos atordoa; um pecado do qual não conseguimos nos desvencilhar; qualquer coisa, para que nos envergonhemos de nossa imperfeição. O pastor - quando olha para o espelho e vê refletido nele a glória de Deus tem a tendência de se exaltar, mas ao olhar para si mesmo, percebe que a glória de Deus que sobre ele está acentua sua imperfeição, e se põe a chorar!

Paulo tinha uma fraqueza; todos temos fraquezas. Os santos caminham com fraquezas. Sempre que pensava em contar vantagens - gloriar-se - um mensageiro de Satanás esbofeteava a Paulo. Creio que esse espinho na carne não era uma doença física, mas alguma coisa no mundo espiritual. Já que visões, sonhos e revelações estão bem acima do natural, esse espinho, bem como o demônio que o atormentava situavam-se numa esfera espiritual. Deixe-me dizer isto: certas marcas de pecado jazem em nossa mente a fim de lembrar-nos de que somos salvos e vivemos por causa da graça de Deus. Paulo orou três vezes - mas Deus não afastou a imagem que o oprimia. Deus conhece a fraqueza de Paulo e indica-lhe que terá de conviver com ela toda a vida. A resposta de Deus? "A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo..." (2 Co 12.9).

"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós" (2 Co 4.7). Meu colega pastor deixe-me dizer uma coisa: A glória de Deus somente opera em vasos imperfeitos. E nossa imperfeição está ali, apontando para nós, dizendo-nos que precisamos de Deus, sempre! Deus deixa certas falhas nos seus filhos para que aprendam a depender exclusivamente dele. A glória e a graça de Deus vêm sobre nós escondendo nossas fraquezas. Assim como os pés dos querubins eram pés de bezerro, na descrição de Ezequiel - feios – mas brilham com a glória de Deus, nosso caminhar é santificado por sua glória.

Somos como o Mefibosete da Bíblia. Este neto de Saul, aleijado de ambos os pés; este filho de Jônatas é agora trazido para a casa de Davi e com ele come à mesa. Mas era aleijado! No entanto, suas pernas não eram vistas, ficavam encobertas sob as toalhas da mesma do rei! (2 Sm 9). Somos imperfeitos no nosso caminhar - temos pés que não condizem com a natureza de glória, estes, no entanto, têm suas imperfeições cobertas com o brilho da glória de Deus!

No meio das tribulações - sejam elas devido a erros cometidos, a falhas humanas ou vindas diretamente de Satanás, o peso de glória é eterno, acima de toda comparação (2 Co 4.18). Porque a glória que sobre nós brilha vem de Deus. Apenas refletimos a glória de Deus!

Por isso, ao descrever este relato, faço-o na certeza de que não estou traindo alguém que me confiou seus temores. A pessoa em questão pode ser você mesmo que me lê. A que me refiro está velha demais para se importar com o fato. Viajo e ministro com pastores de todas as igrejas e de todas as denominações. Alguns homens de Deus abrem sua vida comigo à busca de soluções para seus problemas pessoais. E não posso trair a confiança em mim depositada.

O velho pastor abriu seu coração comigo. Ele tinha perguntas e inquietações não respondidas. Homem de ministério ilibado, reconhecido pela igreja, contou-me que lutou a vida toda contra as tendências homossexuais que o perturbavam periodicamente. Aceitava-se como heterossexual, constituíra família, mas não conseguia entender o por quê das tentações. Tivera uma experiência ou outra quando moço, mas depois que se convertera – afirmou – jamais voltara a práticas homossexuais por considerá-las pecado. As tentações o assombravam continuamente. Jamais se livrou delas ao longo da vida.

Sofrer tentações sem pecar é o segredo da vitória. Um hino da Harpa Cristã de linda melodia, diz:

Tentado não cedas; ceder é pecar;

Melhor e mais nobre, será triunfar;

Coragem ó crente! Domina teu mal

Deus pode livrar-te, de queda fatal!

É uma alusão ao texto de hebreus 4.15: "Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado (...) e é capaz de condoer-se dos ignorantes e dos que erram, pois também ele mesmo está rodeado de fraquezas".

É nesta confiança, amado pastor, que confessamos ao Senhor nossas faltas, porque ele nos entende. À semelhança do sumo sacerdote que vivia cercado de fraquezas e que precisava, ele mesmo fazer a purificação de seus pecados antes de expiar os pecados do povo, também nós precisamos entender que os colegas que nos cercam vivem rodeados de fraquezas, que erram, e, como nós, são perdoados.

O nosso Senhor Jesus assumiu a forma humana, "para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote, nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados" (Hb 2.17-18).

Tenha um amigo. Abra seu coração

Autor - João A. de Souza filho

Soli Deo Gloria

Pr. Luiz Fernando R. de Souza

16 junho 2011

A INTIMIDADE COM DEUS NÃO SE FAZ ÀS PRESSAS

Num mundo de rápidas mudanças temos a tendência a nos adaptarmos ao ritmo imposto pelas mudanças e conceitos vigentes. Nada nos incomoda mais do que esperar. Chico Buarque já cantava: “a espera é difícil”. Queremos tudo "on line" em tempo real e isso dentro dos mais diversos segmentos de nossas vidas. Não suportamos esperar em um restaurante o tempo de preparo de uma refeição. Filas de bancos, cinemas e transportes nos causam irritação. Quantas vezes somos surpreendidos colocando palavras na boca da outra pessoa por ela ser lenta no raciocínio ou no falar? Jung já dizia: “a pressa não do é diabo, ela é o diabo”. Sim vivemos neste ritmo e achamos que tudo o que nos envolvemos deve entrar neste mesmo ritmo.

Quando falamos em comunhão com Deus e isso implica em intimidade sofremos um duro golpe, pois, a intimidade com Deus não se faz às pressas. Entendemos que para conhecermos a Deus bastam três momentos de oração. Café da manhã, almoço e jantar. Ficamos tão viciados nestes momentos que tudo se passa em menos de trinta segundos. Esses momentos nada significam senão nossa falência espiritual. Ninguém tem intimidade com outra pessoa fazendo o que fazemos em relação a Deus. Se todo o tempo dedicado às nossas famílias fosse o tempo dedicado a Deus, com toda certeza, não teríamos mais família.

O Senhor Jesus nos orienta a entrarmos em nossos aposentos de ali desfrutarmos da doce comunhão com o Pai. O ato de entrarmos em nossos lugares secretos simplesmente aponta para um distanciamento do ritmo frenético da vida e um adentrar consciente na intimidade do nosso maravilhoso Deus. O salmo dezesseis nos diz no versículo 11: “Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente”. Davi está nos mostrando o que ele vivia constantemente. Ele está nos dizendo que gozava as farturas de alegrias e as delicias de Deus, pois, elas estavam na intimidade dEle.

O profeta Jeremias escreveu aproximadamente 650 anos antes de Cristo: “Invoca-me, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes”. Também disse: “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração”.

A intimidade com Deus não é gerada por breves momentos de oração, mas através de tempo investido no estudo da Palavra, tempo investido em oração e na contemplação do Senhor. Deus fala conosco. Nossa intimidade com Deus não pode se constituir em um monólogo, mas em um dialogo. Deus disse que iria anunciar, revelar, proclamar coisas grandes e ocultas que não sabíamos. Os pastores vivem um sério dilema. Muitos acham que estudos teológicos são suficientes para a vida pastoral e eclesiástica. Estudar é algo fascinante e extremamente necessário, mas não é 100% do ministério. O academicismo sem piedade é um poço sem fundo. A fome do saber é inerente ao ser humano, mas esta fome desvinculada da piedade não é fonte de contentamento. Acredito que aquilo que Deus quer fazer em nós é muito superior àquilo que Ele pretender fazer através de nós. Somente entendermos um texto bíblico para pregarmos um sermão, nada acrescenta. Nós pastores precisamos entender o texto bíblico e nos alimentarmos dele primeiro, depois, através da oração, colocarmos Deus no sermão. Nós pastores precisamos ser orvalhados pela Graça de Deus em nossos aposentos secretos e depois trovejarmos nos púlpitos como boca de Deus. Existe uma máxima empregada para nós os pregadores: “Devemos afligir os que se sentem confortáveis e confortar os aflitos”. Nosso povo sente a diferença quando pregamos e mostramos a nossa intimidade com Deus.

A igreja se torna mundana quando perde sua intimidade com o Deus da Palavra e com a Palavra de Deus. Banaliza as verdades eternas e sacrifica os valores de Deus quando não mais cresce na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo.

Sem uma crescente intimidade com o Senhor nosso cristianismo não passará de religião morta e inoperante.

A INTIMIDADE COM DEUS NÃO SE FAZ ÀS PRESSAS.

Soli Deo Gloria

Pr. Luiz Fernando R. de Souza

13 junho 2011

POSIÇÃO DA CONVENÇÃO BATISTA NACIONAL QUANTO PLC122/2006

SOMOS CONTRA O PLC 122/2006


As igrejas batistas nacionais espalhadas nas vinte e seis unidades da federação e no Distrito Federal, posicionam-se democrática e institucionalmente contrárias ao PLC 122/06, entendendo tratar-se de projeto tendencioso que visa suprimir direitos consumados como a liberdade de consciência e de expressão e a liberdade religiosa e de culto, e ainda, uma ameaça o princípio salutar da separação entre igreja e Estado.

Nós batistas temos lutado há quatro séculos pela liberdade, e desenvolvido internamente um modelo de governo que privilegia a tolerância, o diálogo e a democracia participativa. Temos, portanto direito e autoridade moral para nos posicionarmos contra todo tipo artifício que vise cercear nosso “modus vivendi”.


Não nos parecem subsistentes os argumentos apresentados pelos proponentes do PLC 122/06 para amparar um segmento da sociedade que a si mesmo se denomina GLBTT como se estivessem desassistidos por diversas leis que já criminalizam o preconceito. A lei em questão apresenta excessivo rigor ao que chama de comportamento “homofóbico”. O movimento GLBTT usa bem a mídia para divulgar sua causa, lança suspeição a maioria da população que exerce seu direito natural e legal de ser heterossexual e rotula de preconceituoso quem não concorda com eles.


Respeitamos a todos e entendemos por justiça a igualdade de direitos e deveres, bem como a supressão de privilégios de indivíduos ou grupos. Compreendemos que cabe ao Estado e a sociedade organizada proteger os menos favorecidos e os incapazes, assim como buscar a erradicação da miséria, da exclusão social, do analfabetismo e outros males que estratificam a população em classes economicamente muito distanciadas, privando muitos de acesso a educação, saúde e tecnologia.


Para afirmar nossa posição, basta leitura dos princípios defendidos pelos batistas há séculos. Não temos nada de novo a dizer sobre liberdade. Lembramos, porém, que a liberdade não é o único bem que defendemos. Lutamos também pela verdade, pela justiça do reino de Deus, e pela pregação do Evangelho de Jesus Cristo a todas as criaturas. Muitos cristãos foram e ainda são encarcerados. Muitos cristãos morreram e outros hoje são perseguidos por amor a Jesus. Se nos for dada liberdade para cumprir nossa missão, melhor. Se não, continuaremos a fazê-lo, mesmo sob risco, porém fiéis a Deus, que nos comissionou.


Pr. José Carlos da Silva

Presidente da CBN


PRINCIPIOS BATISTAS:


II – O INDIVÍDUO

Seu Valor

A Bíblia revela que cada ser humano é criado à imagem de Deus, é único, precioso e
insubstituível. Criado ser racional, cada pessoa é moralmente responsável perante Deus e o próximo. O homem como indivíduo é distinto de todas as outras pessoas. Como pessoa, ele é unido aos outros no fluxo da vida, pois ninguém vive nem morre por si mesmo. A Bíblia revela que Cristo morreu por todos os homens. O fato de ser o homem criado à imagem de Deus, e de Cristo morrer para salvá-lo, é a fonte da dignidade e do valor humano. Ele tem direito, outorgado por Deus, de ser reconhecido e aceito como indivíduo sem distinção de raça, cor, credo ou cultura; de ser parte digna e respeitada da comunidade; de ter a plena oportunidade de alcançar o seu potencial.

Cada indivíduo foi criado à imagem de Deus e, portanto, merece respeito e consideração como uma pessoa de valor e dignidade infinita.

2. Sua Competência

O indivíduo, porque criado à imagem de Deus, torna-se responsável por suas decisões morais e religiosas. Ele é competente, sob a orientação do Espírito Santo, para formular a própria resposta à chamada divina ao evangelho de Cristo, para a comunhão com Deus, para crescer na graça e conhecimento de nosso Senhor. Estreitamente ligada a essa competência está a responsabilidade de procurar a verdade e, encontrando-a, agir conforme essa descoberta e de partilhar a verdade com outros. Embora não se admita coação no terreno religioso, o cristão não tem a liberdade de ser neutro em questões de consciência e convicção.
Cada pessoa é competente e responsável perante Deus, nas próprias decisões e questões morais e religiosas.


3. Sua Liberdade

Os batistas consideram como inalienável a liberdade de consciência, a plena liberdade de religião de todas as pessoas. O homem é livre para aceitar ou rejeitar a religião; escolher ou mudar sua crença; propagar e ensinar a verdade como a entenda, sempre respeitando direitos e convicções alheias; cultuar a Deus tanto a sós quanto publicamente; convidar outras pessoas a participarem nos cultos e outras atividades de sua religião; possuir propriedade e quaisquer outros bens necessários à propagação de sua fé. Tal liberdade não é privilégio para ser concedido, rejeitado ou meramente tolerado — nem pelo Estado, nem por qualquer outro grupo religioso — é um direito outorgado por Deus.

Cada pessoa é livre perante Deus em todas as questões de consciência e tem o direito de abraçar ou rejeitar a religião, bem como de testemunhar sua fé religiosa, respeitando os direitos dos outros.


5. Sua Relação Para com o Estado

Tanto a igreja como o Estado são ordenados por Deus e responsáveis perante Ele. Cada um é distinto; cada um tem um propósito divino; nenhum deve transgredir os direitos do outro. Devem permanecer separados, mas igualmente manter a devida relação entre si e para com Deus. Cabe ao Estado o exercício da autoridade civil, a manutenção da ordem e a promoção do bem-estar público.

A igreja é uma comunhão voluntária de cristãos, unidos, sob o domínio de Cristo, para o culto e serviço em Seu nome. O Estado não pode ignorar a soberania de Deus nem rejeitar Suas leis como a base da ordem moral e da justiça social. Os cristãos devem aceitar suas responsabilidades de sustentar o Estado e obedecer ao poder civil, de acordo com os princípios cristãos.

O Estado deve à igreja a proteção da lei e a liberdade plena, no exercício do seu ministério espiritual. A igreja deve ao Estado o reforço moral e espiritual para a lei e a ordem, bem como, a proclamação clara das verdades que fundamentam a justiça e a paz. A igreja tem a responsabilidade, tanto de orar pelo Estado, quanto de declarar o juízo divino em relação ao governo, às responsabilidades de uma cidadania autêntica e consciente, e aos direitos de todas as pessoas. A igreja deve praticar coerentemente os princípios que sustenta e que devem governar a relação entre ela e o Estado.

A igreja e o Estado são constituídos por Deus e perante Ele responsáveis. Devem permanecer distintos, mas têm a obrigação de reconhecimento e reforços mútuos, no propósito de cumprir-se a função divina.

Extraído dos princípios Batistas, publicados no Manual Básico das Igrejas Batistas Nacionais e disponível para download através do site: www.cbn.org.br

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