16 junho 2011

A INTIMIDADE COM DEUS NÃO SE FAZ ÀS PRESSAS

Num mundo de rápidas mudanças temos a tendência a nos adaptarmos ao ritmo imposto pelas mudanças e conceitos vigentes. Nada nos incomoda mais do que esperar. Chico Buarque já cantava: “a espera é difícil”. Queremos tudo "on line" em tempo real e isso dentro dos mais diversos segmentos de nossas vidas. Não suportamos esperar em um restaurante o tempo de preparo de uma refeição. Filas de bancos, cinemas e transportes nos causam irritação. Quantas vezes somos surpreendidos colocando palavras na boca da outra pessoa por ela ser lenta no raciocínio ou no falar? Jung já dizia: “a pressa não do é diabo, ela é o diabo”. Sim vivemos neste ritmo e achamos que tudo o que nos envolvemos deve entrar neste mesmo ritmo.

Quando falamos em comunhão com Deus e isso implica em intimidade sofremos um duro golpe, pois, a intimidade com Deus não se faz às pressas. Entendemos que para conhecermos a Deus bastam três momentos de oração. Café da manhã, almoço e jantar. Ficamos tão viciados nestes momentos que tudo se passa em menos de trinta segundos. Esses momentos nada significam senão nossa falência espiritual. Ninguém tem intimidade com outra pessoa fazendo o que fazemos em relação a Deus. Se todo o tempo dedicado às nossas famílias fosse o tempo dedicado a Deus, com toda certeza, não teríamos mais família.

O Senhor Jesus nos orienta a entrarmos em nossos aposentos de ali desfrutarmos da doce comunhão com o Pai. O ato de entrarmos em nossos lugares secretos simplesmente aponta para um distanciamento do ritmo frenético da vida e um adentrar consciente na intimidade do nosso maravilhoso Deus. O salmo dezesseis nos diz no versículo 11: “Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente”. Davi está nos mostrando o que ele vivia constantemente. Ele está nos dizendo que gozava as farturas de alegrias e as delicias de Deus, pois, elas estavam na intimidade dEle.

O profeta Jeremias escreveu aproximadamente 650 anos antes de Cristo: “Invoca-me, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes”. Também disse: “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração”.

A intimidade com Deus não é gerada por breves momentos de oração, mas através de tempo investido no estudo da Palavra, tempo investido em oração e na contemplação do Senhor. Deus fala conosco. Nossa intimidade com Deus não pode se constituir em um monólogo, mas em um dialogo. Deus disse que iria anunciar, revelar, proclamar coisas grandes e ocultas que não sabíamos. Os pastores vivem um sério dilema. Muitos acham que estudos teológicos são suficientes para a vida pastoral e eclesiástica. Estudar é algo fascinante e extremamente necessário, mas não é 100% do ministério. O academicismo sem piedade é um poço sem fundo. A fome do saber é inerente ao ser humano, mas esta fome desvinculada da piedade não é fonte de contentamento. Acredito que aquilo que Deus quer fazer em nós é muito superior àquilo que Ele pretender fazer através de nós. Somente entendermos um texto bíblico para pregarmos um sermão, nada acrescenta. Nós pastores precisamos entender o texto bíblico e nos alimentarmos dele primeiro, depois, através da oração, colocarmos Deus no sermão. Nós pastores precisamos ser orvalhados pela Graça de Deus em nossos aposentos secretos e depois trovejarmos nos púlpitos como boca de Deus. Existe uma máxima empregada para nós os pregadores: “Devemos afligir os que se sentem confortáveis e confortar os aflitos”. Nosso povo sente a diferença quando pregamos e mostramos a nossa intimidade com Deus.

A igreja se torna mundana quando perde sua intimidade com o Deus da Palavra e com a Palavra de Deus. Banaliza as verdades eternas e sacrifica os valores de Deus quando não mais cresce na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo.

Sem uma crescente intimidade com o Senhor nosso cristianismo não passará de religião morta e inoperante.

A INTIMIDADE COM DEUS NÃO SE FAZ ÀS PRESSAS.

Soli Deo Gloria

Pr. Luiz Fernando R. de Souza

11 comentários:

  1. Pr. Luiz Fernando,

    excelente texto.

    Realmente, vivemos tempos em que os crentes [e neles me incluo também], nos preocupamos com tantas coisas e consideramos que o nada que fazemos é muito para o Reino de Deus e sua glória. É o veneno da ilusão e do engano nos acomodando a um estilo de vida não cristão, onde consideramos o máximo quando nem mesmo o mínimo realizamos.

    Temos nossas atenções voltadas para todos os lados, mas poucas vezes as voltamos para os céus... muitos se conformam tão somente com o culto dominical de uma a duas horas, entre as 168 horas da semana...isso representa 1% do tempo semanal, e consideramos que temos um relacionamento com o Senhor.

    Vivemos uma época em que a igreja está cada vez mais individualista, cada vez mais egoísta, cada vez mais hedonista e pragmática... com o olhar no mundo, se parecendo com o mundo.

    Clamamos por avivamento, mas ele deve começar em cada um de nós; mas para isso temos não somente de dizer que amamos a Deus, mas amá-lo verdadeiramente, para assim, adorá-lo em verdade.

    Parabéns pelo post!

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  2. Prezado irmão Jorge,
    a renovação de nossa mente deve se dar a cada dia. Amoldarmos ao mundo não faz bem ao cristão. Pelo menos poderíamos dar o dízimo do tempo semanal na obra de Deus. Creio que se isto for feito a igreja viverá um tremendo avivamento.
    Um forte abraço
    Em Cristo
    Pr. Luiz Fernando

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  3. Já estava sentindo falta aqui no blog de um texto "delicioso" como este.
    Que convite!!!!
    Quão precioso para nós recebermos o convite para nos Achegar ao trono da graça.
    Amei o texto.
    Li e vou reler.
    Em Cristo
    Andréia

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  4. Irmã Andréia,
    sempre é bom ver seus comentários aqui no blog. Realmente na presença de Deus há delícias perpetuamente. Aceitemos e vivamos sempre este doce convite do Pai.
    um abraço
    Em Cristo
    Pr. Luiz Fernando

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  5. Pr. Luiz Fernando,

    O que li não agradou somente meus olhos mas também o meu coração. li, e engoli. Confesso ao amado irmão que estamos precisando, e isso inclui eu, de cuidar mais de nossa intimidade. Vendo o caso das pastoras lésbicas, e sabendo que um a delas participou muito dos púlpitos de nossas igrejas, vejo que a falta da intimidade nos deixa frágil. Precisamos dos dons espirituais, das ornamentações do Espírito Santo em nossas vidas. Porque através dele poderemos nos proteger e guardar a igreja do Senhor, mas para isso, precisamos da intimidade com o mestre.
    Amigo Pastor, continue com textos de edificação, pois a igreja esta precisando muito.
    Deus abençoe o irmão e fique com meu abraço.

    Pr. GG

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  6. Prezado Pastor,

    Achei muito eficiante o texto, ele retrata com muita propriedade como precisamos de intimidade com Deus e o caminho para consegui-la.

    Uma palavra que veio do céu.

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  7. Prezado colega Pr. Gualter,
    graças a Deus por Cristo Jesus nosso Senhor. Sua necessidade é a minha também. Como Davi disse no Salmo 42, a minha alma tem sede do Deus vivo, quando estarei em sua presença? Temos deixado o mais precioso para depois achando que o que fazemos ou sofremos é o mais importante. Somente Deus é importante e mais nada ou ninguém.
    Deus nos ajude.
    Um forte abraço
    Em Cristo
    Pr. Luiz Fernando

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  8. Meu irmão David,
    Deus seja louvado por e em tudo.
    Obrigado por sua visita.
    Um abraço
    Em Cristo
    Pr. Luiz Fernando

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  9. Estou acompanhando os comentários e porque será que uma mensagem com um conteúdo desse,tem apenas 8 comentários? Até o momento.
    Vamos a algumas postagens atrás e vejamos quantos comentários registrados quando o assunto é falar de heresias, de conduta de pastores.
    Pr Luiz Fernando, amei a passagem do salmo 42 MINHA ALMA TEM SEDE DO DEUS VIVO.
    Andréia

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  10. Conversa boa...
    Essa intimidade com Deus é, como todos já disseram, fundamental. Só fico pensando na possibilidade de que ela seja praticada não apenas de modo contemplativo ou orante, mas também de modo interativo, nas nossas relações diárias com nosso próximo. Na verdade, hoje, entendo que essa dupla apreensão da intimidade com Deus (direta e contemplativa / indireta e vivencial nas relações) é imprescindível para que se produza em nós um mais profundo conhecimento íntimo do Senhor. "Deus é amor" e sem atitudes de amor é impossível conhecê-lo. Não penso no amor como algo abstrato, mas atuante. Assim, tenho intimidade com Deus quando fecho a porta para orar, mas também quando estendo a mão para ajudar a alguém com a consciência de que sou movido pelo amor que em mim foi vertido pelo Espírito. É uma questão quase de exercícios alternados, contemplativos e práticos. Escreverei sobre isso em meu blog... é... pode ser...
    Um abraço sincero, mas anônimo,
    de um grande pecador, aluno matriculado no nível "iniciante-defasado" na escola do amor de Deus.

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  11. Gostei do anônimo conversa boa...
    Também gosto de uma conversa edificante.
    O evangelho é transformador.Não tem como relacionar com alguém e não ter características, influências com este relacionamento.E de mais herdamos o caráter do Pai.Jesus o próprio Deus nos ensinou e nos ensina o evangelho do amor. O nosso maior desafio, é a atitude de se dispor e deixar ser trabalhado pelo Pai a imagem DELE.
    Em Cristo
    Andréia

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