26 fevereiro 2021

A SOBERANIA DE DEUS E O SOFRIMENTO

                        

Abordarei alguns pontos para que sirva de incentivo para posteriormente os irmãos aprofundarem no conhecimento.

O Problema do Sofrimento Humano e a Soberania de Deus é um dos temas mais utilizados pelo Neoateísmo para desacreditar o cristianismo. A melhor maneira de abordarmos este tema é pela via da Apologética. Mas como o espaço é reduzido, abordarei somente pelo viés bíblico.

1º. O sofrimento e o mal são realidades incontestáveis. O budismo resolve a questão do sofrimento e do mal dizendo que não existe, um negacionismo total.

O materialismo não discute o sofrimento e o mal porque a filosofia materialista não possui categorias morais, daí, do materialismo não se infere nada de moral. O islamismo aceita o mal e o sofrimento como decretos de Deus. *Mas somente o cristianismo sofre com este dilema porque afirma a bondade de Deus diante do sofrimento*.

2º. Dentro da Teologia não podemos negar que Deus é bom e onipotente e que mesmo assim o sofrimento e o mal coexistem com a Bondade de Deus.

3º. Por termos a realidade do sofrimento bem presente em suas várias formas e não vermos, muitas vezes, razão para ele, não quer dizer que Deus não tenha um propósito final e superior para o que sofremos.

Então adentremos em alguns pontos importantes:

Para o cristão, por que Deus permite o sofrimento?

A – Para Nos Aperfeiçoar Em Santidade

Hebreus 12 nos diz que Deus disciplina seus filhos por meio do sofrimento. O objetivo é uma fé e santidade mais profundos. Heb. 12:10.

O Senhor Jesus Cristo experimentou a mesma coisa – Heb. 5:18 *(ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu)* – Os sofrimentos de Cristo não significam que Jesus amadureceu da desobediência para a obediência, mas significa que o processo pelo qual passou demonstrou a obediência cada vez mais profunda no sofrimento.

Paulo fala sobre essa mesma experiência em sua vida. II Cor. 2:1:8-9. *“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira oprimidos acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperamos;

portanto já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos”*. Paulo não atribui seu sofrimento a Satanás, mas diz que Deus o ordenou para aumento de sua fé. *Deus quebrou os suportes de vida no coração de Paulo, de modo que ele não tivesse outra escolha senão se apoiar em Deus e ter sua esperança na promessa da ressurreição*.

B – O Sofrimento Faz Seu Cálice Transbordar

Ao suportar o sofrimento com paciência a recompensa da nossa experiência da glória de Deus no céu aumenta. II Cor. 4:17-18 *”Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira oprimidos acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperamos; portanto já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos”*.

O sofrimento de Paulo está preparando, efetuando ou produzindo um peso de glória além de . comparação. Ele não meramente dizendo que tinha grande esperança no céu que o capacitava a suporta o sofrimento. Isso é verdade. Mas aqui ele diz que o sofrimento tem um efeito sobre o peso da glória. Parece haver uma ligação entre o sofrimento suportado e o grau de glória usufruída. Mt. 5: 11-12a – Lc. 6:23

C – O Sofrimento é o Preço Para Tornar Outros Ousados.

*Na história das missões isso fica bem evidente*. Deus usa o sofrimento de seus missionários para estimular outros a sair de sua sonolência de indiferença e torná-los ousados. Fil. 1:14.

Os sofrimentos de David Brainerd influenciou profundamente Henry Martin quando este serviu como missionário na Índia. Em nosso tempo é difícil exagerar o impacto que o martírio de Jim Elliot, Nate Saint, Pete Fleming e outros teve sobre gerações de estudantes.

D – O Sofrimento Preenche o Que Falta nos Sofrimentos de Cristo.

I Tes. 1:5-6 *”Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo e em plena convicção, como bem sabeis quais fomos entre vós por amor de vós. E vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo”*.

Eles haviam imitado Paulo ao suportar muito sofrimento com alegria, um tipo de resistência que Paulo tinha mostrado entre eles. Deste modo foi o sofrimento de Paulo que os moveu e os conduziu ao seu autêntico amor e sua verdade. Paulo clareia essa ideia em II Cor. 1:5-6 – Col. 1:24 – II Tm. 2:10.

E – O Sofrimento Reforça a Ordem Missionária Para Ir

O sofrimento da igreja é usado por Deus para recolocar o batalhão missionário em lugares para onde ele poderia, de outro modo, não ter ido. A morte de Estevão trouxe uma mudança radical na vida igreja. Isso veio através de uma grande perseguição que dispersou a maioria da igreja, menos os apóstolos, para a região da Judeia e Samaria. Interessante que em Atos 1:8, a promessa do Batismo com o Espírito Santo apontava para essa mesma região, o que implica que *o que a obediência não consegue, a perseguição conseguirá*.

At. 11:19 “Aqueles, pois, que foram dispersos pela tribulação suscitada por causa de Estêvão, passaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. Havia, porém, entre eles alguns cíprios e cirenenses, os quais, entrando em Antioquia, falaram também aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles, e grande número creu e se converteu ao Senhor”.

O martírio de Estevão resultou em uma expansão missionária além de Samaria e Judéia e chegou a várias nações.

 Deus nos abençoe.

SOLI DEO GLORIA

Pr. Luiz Fernando R. de Souza

Igreja Batista da Aliança – BH/MG.

 

 

 

 

 


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