Abordarei alguns pontos para que sirva de incentivo para posteriormente os irmãos aprofundarem no conhecimento.
O Problema do Sofrimento Humano e a Soberania de Deus é
um dos temas mais utilizados pelo Neoateísmo para desacreditar o
cristianismo. A melhor maneira de abordarmos este tema é pela via da Apologética.
Mas como o espaço é reduzido, abordarei somente pelo viés bíblico.
1º. O sofrimento e o mal são realidades incontestáveis. O
budismo resolve a questão do sofrimento e do mal dizendo que não existe, um
negacionismo total.
O materialismo não discute o sofrimento e o mal porque a
filosofia materialista não possui categorias morais, daí, do materialismo não
se infere nada de moral. O islamismo aceita o mal e o sofrimento como decretos
de Deus. *Mas somente o cristianismo sofre com este dilema porque afirma a
bondade de Deus diante do sofrimento*.
2º. Dentro da Teologia não podemos negar que Deus é bom e
onipotente e que mesmo assim o sofrimento e o mal coexistem com a Bondade de
Deus.
3º. Por termos a realidade do sofrimento bem presente em
suas várias formas e não vermos, muitas vezes, razão para ele, não quer dizer
que Deus não tenha um propósito final e superior para o que sofremos.
Então adentremos em alguns pontos importantes:
Para o cristão, por que Deus permite o sofrimento?
A – Para Nos Aperfeiçoar Em Santidade
Hebreus 12 nos diz que Deus disciplina seus filhos por
meio do sofrimento. O objetivo é uma fé e santidade mais profundos. Heb. 12:10.
O Senhor Jesus Cristo experimentou a mesma coisa – Heb.
5:18 *(ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que
sofreu)* – Os sofrimentos de Cristo não significam que Jesus amadureceu
da desobediência para a obediência, mas significa que o processo pelo qual
passou demonstrou a obediência cada vez mais profunda no sofrimento.
Paulo fala sobre essa
mesma experiência em sua vida. II Cor. 2:1:8-9. *“Porque não queremos, irmãos, que
ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira
oprimidos acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperamos;
portanto já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que
não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos”*. Paulo não
atribui seu sofrimento a Satanás, mas diz que Deus o ordenou para aumento de
sua fé. *Deus quebrou os suportes de vida no coração de Paulo, de modo que ele
não tivesse outra escolha senão se apoiar em Deus e ter sua esperança na
promessa da ressurreição*.
B – O Sofrimento Faz Seu Cálice Transbordar
Ao suportar o sofrimento
com paciência a recompensa da nossa experiência da glória de Deus no céu
aumenta. II Cor. 4:17-18 *”Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a
tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira oprimidos
acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperamos; portanto já
em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós,
mas em Deus, que ressuscita os mortos”*.
O sofrimento de Paulo está preparando, efetuando ou produzindo um peso
de glória além de . comparação. Ele não meramente dizendo que tinha grande
esperança no céu que o capacitava a suporta o sofrimento. Isso é verdade. Mas
aqui ele diz que o sofrimento tem um efeito sobre o peso da glória. Parece
haver uma ligação entre o sofrimento suportado e o grau de glória usufruída.
Mt. 5: 11-12a – Lc. 6:23
C – O Sofrimento é o Preço Para Tornar Outros Ousados.
*Na história das missões isso fica bem evidente*. Deus usa o
sofrimento de seus missionários para estimular outros a sair de sua sonolência
de indiferença e torná-los ousados. Fil. 1:14.
Os sofrimentos de David Brainerd influenciou profundamente Henry
Martin quando este serviu como missionário na Índia. Em nosso tempo é difícil
exagerar o impacto que o martírio de Jim Elliot, Nate Saint, Pete Fleming e
outros teve sobre gerações de estudantes.
D – O Sofrimento Preenche o Que Falta nos Sofrimentos de Cristo.
I Tes. 1:5-6 *”Porque o
nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no
Espírito Santo e em plena convicção, como bem sabeis quais fomos entre vós por
amor de vós. E vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido
a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo”*.
Eles haviam imitado Paulo
ao suportar muito sofrimento com alegria, um tipo de resistência que Paulo
tinha mostrado entre eles. Deste modo foi o sofrimento de Paulo que os moveu e
os conduziu ao seu autêntico amor e sua verdade. Paulo clareia essa ideia em II
Cor. 1:5-6 – Col. 1:24 – II Tm. 2:10.
E – O Sofrimento Reforça
a Ordem Missionária Para Ir
O sofrimento da igreja é
usado por Deus para recolocar o batalhão missionário em lugares para onde ele
poderia, de outro modo, não ter ido. A morte de Estevão trouxe uma mudança
radical na vida igreja. Isso veio através de uma grande perseguição que
dispersou a maioria da igreja, menos os apóstolos, para a região da Judeia e
Samaria. Interessante que em Atos 1:8, a promessa do Batismo com o Espírito
Santo apontava para essa mesma região, o que implica que *o que a obediência
não consegue, a perseguição conseguirá*.
At. 11:19 “Aqueles, pois,
que foram dispersos pela tribulação suscitada por causa de Estêvão, passaram
até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão
somente aos judeus. Havia, porém, entre eles alguns cíprios e cirenenses, os
quais, entrando em Antioquia, falaram também aos gregos, anunciando o Senhor
Jesus. E a mão do Senhor era com eles, e grande número creu e se converteu ao
Senhor”.
O martírio de Estevão
resultou em uma expansão missionária além de Samaria e Judéia e chegou a várias
nações.
SOLI DEO GLORIA
Pr. Luiz Fernando R. de
Souza
Igreja Batista da Aliança
– BH/MG.
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