14 dezembro 2018

QUANDO A REVELAÇÃO PARTICULAR FERE A PALAVRA DE DEUS – PARTE II




QUANDO A REVELAÇÃO PARTICULAR FERE A PALAVRA DE DEUS – PARTE II
7 - O expositor afirma que tanto Calvino quando Armínio estão estavam corretos em suas afirmações ou pressupostos.
As posições de Calvino e Armínio são irreconciliáveis. São diametralmente opostas e frontalmente dispares.
O expositor erra ao desconhecer a lei da filosofia – Lei da Não Contradição – que diz que duas proposições opostas, ao mesmo tempo, não podem ser verdadeiras.
Agora, dizer que Calvino afirma que Deus inicia a salvação e a efetua é verdade, mas dizer que o crescimento na justiça e proposição arminiana é desconhecer o que é o calvinismo. Tanto Calvino quanto Armínio discordaram nos pressupostos básicos quanto a salvação, se ela é sinergista ou monergista.
Para todo cristão, seja arminiano ou calvinista, a prática da justiça é uma obrigação e não questão de início de quem provoca a salvação.
De vez em quando é bom fazer uma visita à História da Teologia ou mesmo à teologia e seus apêndices.

8 – O expositor afirma que quando chega em uma cidade ele toma a autoridade desta cidade para depois fazer a obra de Deus. Que ele proíbe Satanás de agir naqueles momentos.

Esses ensinamentos de tomar autoridade sobre localidades e amarrar Satanás, vem de palradores como Morris Cerullo e Peter Wagner. Não encontramos nada parecido com isso no Novo Testamento, nem na história da igreja. São invencionices do sec. XX.
Não vemos Lucas descrever esse comportamento ao apóstolo Paulo ao chegar em Atenas ou em qualquer outra cidade.
Vemos sim, pelo contrário, um incremento para a divulgação da Palavra de Deus, que provocará mudanças em todos os níveis.
Quando Calvino chegou em Genebra ele não proibiu os demônios de agir e nem declarou em momento algum que tomara a autoridade sobre a cidade, antes tratou de pregar toda a Bíblia para a palavra provocasse as mudanças necessárias.
Na história das missões, nunca foi relatado que algum missionário tivesse feito isso.

 9 – Adorador – Intercessor – Proclamador

O expositor quer construir um argumento e favor da adoração como catalizador dentro do Reino de Deus.
Afirma que – Gabriel – Miguel e Lúcifer formavam a trilogia que fundamenta o argumento da adoração.
Tenta encontrar base neotestamentária para que Tiago – João e Pedro também componham, como figuras, a trilogia atualizada.
Afirma que com a queda de Lúcifer, Deus passa a procurar adoradores que o adorem em espirito e em verdade.
O expositor faz afirmações como se estivesse dando tiros para qualquer lado. Não existe fundamentação bíblica para tais afirmações. Parece que ele tem uma ideia e depois busca encontrar versículos bíblicos avulsos para fortalecer sua ideia.
Criar uma trilogia do nada é algo estranho. Creio que o expositor quis enfatizar a adoração como elemento principal desta trilogia, porque afirma que se o altar da adoração for levantado atrairá a intercessão e a proclamação. Gostaria de encontrar base bíblica para tal afirmação, mas não consegui.
No Novo Testamento não encontramos a adoração como um altar que deva ser levantado para atrair ou ter como consequência ou corolário a intercessão e a proclamação. Antes encontramos, como tema central, a proclamação do evangelho. Entendo que adoração tem 2 faces como uma moeda. Uma é a contemplação e a outra é o trabalho ou a proclamação do evangelho. Intercessão, proclamação e adoração fazem parte da vida cristã como modos de vida. Todo cristão deve praticar tais comportamentos. Agora criar uma trilogia é algo complicado.

10 – Nosso Trabalho é de Adoração

Essa forma de pensamento tem levado a igreja a se enclausurar dentro de 4 paredes e viver o evangelho de forma intimista e individual. Tem roubado da igreja sua força evangelizadora e consequentemente sua relevância no mundo ou sociedade. Nunca tivemos tantos cantores gospel como atualmente. Nunca a igreja cantou tanto como em nossos dias, mas ao mesmo tempo, nunca deixou de evangelizar tanto como agora. Veja o número de missionários enviados anualmente pelas igrejas ou agências missionárias. Causa espanto que a Grande Comissão tenha sido relegada a segundo plano e tenha se tornado nota de rodapé na vida da igreja.
Nosso trabalho é ganhar o mundo para Cristo. É levar o evangelho até os confins da terra. É levar a glória do Senhor e sua luz onde somente existe trevas e ignorância.
Se a nosso trabalho for adoração e isso deveria se constituir em um altar para atrair intercessão e proclamação, conforme afirmado pelo expositor, então, o evangelho já deveria ter chegado aos limites do globo terra. Antes pelo contrário, vejo uma grande distorção no princípio bíblico e consequentemente um esvaziamento no conteúdo da mensagem pregada.
A afirmação de que o nosso trabalho é adoração, leva a uma infantilização da igreja e consequentemente criamos uma geração despreparada para a vida como um todo e cuja marca maior tem sido a sentimentalização da vida. Os cristãos atuais são sentimentais e pouco racionais e portanto, instáveis em seus comportamentos.
Quando o expositor afirma que quando adoro tenho autoridade, me pergunto: de onde tirou isso? Desde quando autoridade vem através da adoração? Autoridade se adquiri através da submissão. Quanto mais submisso for a Cristo e sua Palavra, mas autoridade tenho para levar o evangelho e confrontar os poderes do mal neste mundo. Qualquer autoridade que a igreja reclame, deve ser derivada da cruz do Calvário. Esse evangelho anunciado hoje em dia não contempla a cruz como centro e sim o ego humano. Como consequência temos a próxima afirmação do expositor.

11 – Deus nos Fará Famosos

A pergunta que fica é: Para que Deus nos faria famosos?  
A história mostra que muitas vezes quando alguém foi projetado e se tornou famoso a queda foi a consequência. A fama nos faz crer que somos acima de qualquer suspeita.
O objetivo do evangelho não nos é tornar famosos e sim SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER – Glória somente a Deus agora e sempre.
Somente no 1º capitulo de Efésios encontramos 3 vezes o objetivo da igreja e da obra de Deus.
A entronização do ego do homem tem enfraquecido o próprio homem e sua mensagem. Precisamos de evangelho cristocêntrico  e não egocêntrico.
Lemos em Is. 42:8 “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura”.
Em Atos 12:23 “E no mesmo instante feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou”.
Herodes por não ter dado a glória a Deus morreu imediatamente comido de bichos.
Leia Daniel 4 veja a tragédia acontecida a Nabucodonosor por ter feito de sua fama e glória a ostentação de sua vida.
Lembremos de Lúcifer e seu orgulho.
Não podemos aceitar tais afirmações deste vídeo como fundamentos para uma vida cristã. Antes, sejamos como João Batista que disse: “Importa que Ele cresça e que eu diminua”.

Gostaria de continuar escrevendo mais, mas estou enjoado de, em tão pouco espaço de tempo, ouvir tantos equívocos. Deixo para outrem a continuação. Muitas outras afirmações deixei de comentar.



SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER

Pr. Luiz Fernando R. de Souza




Um comentário:

  1. Es un buen estudio que muestra las Palabras de Dios que están en el Evangelio, y que por diferentes canales los eruditos teólogos no se han puesto de acuerdo con decisiones irrevocables , sin embargo Dios es Dios y la Gloria es de Dios y no de los mortales.

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