O mundo foi pego de surpresa com a renúncia espontânea do papa Bento XVI. Em sua carta renuncia alegou questões de idade e peso das atividades em um mundo em transformações. Está não é a primeira vez que um papa renuncia. A história registra outras renuncias por vários motivos dentre eles deposição etc. O que chama a atenção nesta renúncia anunciada por Bento XVI é o momento mundial. Uma hora decisiva na história da raça humana que está carente de liderança coerente e inteligente. A saída do Papa traz um prejuízo social muito grande, pois ao longo de seus 08 anos de atuação mostrou-se um homem equilibrado, coerente e firme em suas convicções. Por ter sido o responsável pela doutrina católica durante vários anos, estava muito bem abalizado e atualizado com as principais correntes teológicas de nosso tempo, respondendo prontamente às grandes demandas.
Posicionou-se firmemente contra movimentos estranhos ao cristianismo e demonstrou coerência em suas falas. Não transigiu quanto ao movimento homossexual e nem afrouxou a questão doutrinária. Reagiu com equilíbrio diante da avalanche de pedofilia que se fez avolumar em anos recentes e não provocou uma caça às bruxas como alguns pretendiam que acontecesse. Simplesmente botou a cara para bater e assumiu essa horrenda falha da igreja Católica.Em suas encíclicas dialogou com Nietzsche, Kierkegaard e outros tirando a igreja católica do gueto escolástico e trazendo para o diálogo com pensadores modernos
Serve como excelente
exemplo para novas sucessões, pois deixa o poder ainda com capacidade de
influenciar seu sucessor neste momento de insegurança de uma transição e
eleição papal. Demonstrou grandeza de caráter ao mostrar desprendimento do
poder. Como não acontece em nosso meio evangélico onde as lideranças se apegam
ao poder e querem se perpetuar ad eternum. Não sabem a hora de sair
e almejam a fama.
Quanto ao futuro da igreja
fica a tensão existente entre a preservação do status quo e uma grande
renovação. Já algum tempo que uma ala da igreja pede por renovação e esta seria
uma renovação progressista. Bento XVI nunca representou o movimento
progressista, antes pelo contrário é bastante conservador.
A tendência evangélica mundial
é que a centro de influencia da igreja migre para o sul do globo. Continentes emergentes
ganham cada vez mais proeminência em termos de crescimento do cristianismo,
como por exemplo a América Latina e o continente Africano. Mas em termos de
igreja Católica a coisa é um pouco diferente. Existem dois nomes fortes que
poderiam modificar um pouco o cenário da igreja romana os quais seriam: o cardeal
africano (de Gana), Peter Turkson, com
64 anos de idade e o cardeal franco-canadense Marc Ouellet.
O Cardeal Peter Turkson é
uma personalidade forte em termos de comunicação e portanto seria uma pessoa
que saberia utilizar muito bem a mídia. Vem de um continente emergente que
enfrenta questões cruciais em seu menu como questão social dentre outras. Já o
cardeal Marc Ouellet fala as várias linguagens do Vaticano, bem viajado e
com boas conexões na América Latina. Ouellet que está na casa dos 60 é firme na
ortodoxia e tem a capacidade de se manifestar com austeridade sobre venalidades
e omissões da Igreja ao longo da história em Quebec.
Não podemos esquecer que o poder dos italianos é
fortíssimo dentro do Vaticano e que busca novamente a cadeira do pontificiado.
As especulações
estão borbulhando e talvez na semana santa tenhamos um novo papa.
Soli Deo Gloria
Pr.
Luiz Fernando R. de Souza
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