Quase todo momento nos
vemos em situações com um alto potencial para mágoas, rancores, iras etc. Os
relacionamentos que deveriam ser fontes de alegria, prazer e benção muitas
vezes se mostram como fontes de amargura e entristecimento. Invariavelmente sofremos
muito com as ofensas dos outros ou mesmo a falta de feeling
das pessoas. Já presenciei muitos relacionamentos terminarem e outros tantos
irem minguando por causa de agressões, calúnias, fobias, mas principalmente por
ausência de perdão.
Em todas as áreas de
relacionamento os desencontros são potenciais e precisamos entender que pessoas
diferentes em termos de nível cultural, social e mental podem provocar rusgas e
desconforto em nós ou mesmo nós neles. Ninguém precisa imaginar que todos serão
educados, sensíveis e atenciosos o tempo todo. Não, não serão. Por existirmos
em uma sociedade manchada e marcada pelo pecado as relações humanas não fogem a
esta trágica regra. Na igreja existe a
possibilidade de desajustes relacionais. O Novo Testamento aponta para vários
deles. Pedro e Paulo, os cristãos helenistas em Atos, Diótrefes que se julgava
maioral na igreja e não recebia o apóstolo João etc.. Não podemos entender que
na igreja por se tratar de assuntos e verdades espirituais esses fatores anulam
o social. Antes pelo contrário, o espiritual aperfeiçoa o social, mas existirão
desentendimentos entre irmãos, pastores e ovelhas e oficiais e os demais. Mas o
padrão oferecido por Cristo não é o abandono ou a recusa em continuar na
comunidade, mas o perdão.
Dentro de nossos lares são
ainda maiores as possibilidades de mágoas. Por acharmos que já adquirimos
intimidade então não precisamos cuidar dos relacionamentos. Daí termos
casamentos com baixo nível de comunicação, filhos rebeldes e uma infelicidade
galopante no seio das famílias. Parece que os nossos piores inimigos estão
dentro de nossas casas.
A grande verdade é quem
não perdoa adoece como gente, abre uma lesão emocional que vai se transformando
em um câncer existencial e acaba devorando o que há de bom nos relacionamentos.
A pesquisa mostra que vários tipos de câncer estão ligados ao stress. Stress é
uma situação de conflito que se prolonga por muito tempo afetando nosso
organismo. Daí termos as chamadas doenças psicossomáticas. Enfermidades oriundas
da mente/emoções que acabam atingindo o corpo. Outras tantas, que empurram as
pessoas para uma subvida enquanto podiam viver abundantemente.
Se não acontecer perdão
durante nossa existência passaremos a viver tudo aquilo que Deus não planejou
para nós.
O caminho da libertação
emocional e física muitas vezes passa pelo perdão. Quantas enfermidades não são
curadas porque o perdão não foi praticado? Deus nos diz nos salmos 103:3 “Ele é o que perdoa todas
as tuas iniquidades, que sara todas as tuas
enfermidades”.
Via de regra Deus age dessa maneira: primeiro perdoa, depois cura. Deveríamos seguir
este caminho em nossa vida. Geralmente o perdão precede cura. Muitas
enfermidades existirão mesmo depois de alguém ter orado porque o perdão não foi
experienciado.
O perdão deve ser
praticado porque Deus já nos perdoou oferecendo seu único filho para morrer por
nós. Então
a base do perdão humano está no perdão divino. Na parábola do credor
incompassivo temos alguns números que deveriam chamar nossa atenção. O Rei
perdoou ao seu servo uma dívida de 60.000.000
de dias de trabalho e este servo não conseguiu perdoar seu conservo uma dívida
de 100 dias de trabalho. O que estes
números nos dizem? Que o perdão que recebemos de Deus é infinitamente maior do
que aquele que devemos praticar com nosso próximo.
Alcance a plenitude de
vida vivendo o perdão. Saia de sua prisão existencial praticando o perdão. Conquiste
o prazer de viver perdoando.
“Jesus lhe disse: Não te
digo que até sete; mas, até setenta vezes sete”.
Soli Deo Gloria
Pr.
Luiz Fernando R. de Souza
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