17 janeiro 2013

LIBERTAÇÃO PELO PERDÃO


Quase todo momento nos vemos em situações com um alto potencial para mágoas, rancores, iras etc. Os relacionamentos que deveriam ser fontes de alegria, prazer e benção muitas vezes se mostram como fontes de amargura e entristecimento. Invariavelmente sofremos muito com as ofensas dos outros ou mesmo a falta de feeling das pessoas. Já presenciei muitos relacionamentos terminarem e outros tantos irem minguando por causa de agressões, calúnias, fobias, mas principalmente por ausência de perdão.
Em todas as áreas de relacionamento os desencontros são potenciais e precisamos entender que pessoas diferentes em termos de nível cultural, social e mental podem provocar rusgas e desconforto em nós ou mesmo nós neles. Ninguém precisa imaginar que todos serão educados, sensíveis e atenciosos o tempo todo. Não, não serão. Por existirmos em uma sociedade manchada e marcada pelo pecado as relações humanas não fogem a esta trágica regra.  Na igreja existe a possibilidade de desajustes relacionais. O Novo Testamento aponta para vários deles. Pedro e Paulo, os cristãos helenistas em Atos, Diótrefes que se julgava maioral na igreja e não recebia o apóstolo João etc.. Não podemos entender que na igreja por se tratar de assuntos e verdades espirituais esses fatores anulam o social. Antes pelo contrário, o espiritual aperfeiçoa o social, mas existirão desentendimentos entre irmãos, pastores e ovelhas e oficiais e os demais. Mas o padrão oferecido por Cristo não é o abandono ou a recusa em continuar na comunidade, mas o perdão.
Dentro de nossos lares são ainda maiores as possibilidades de mágoas. Por acharmos que já adquirimos intimidade então não precisamos cuidar dos relacionamentos. Daí termos casamentos com baixo nível de comunicação, filhos rebeldes e uma infelicidade galopante no seio das famílias. Parece que os nossos piores inimigos estão dentro de nossas casas.
A grande verdade é quem não perdoa adoece como gente, abre uma lesão emocional que vai se transformando em um câncer existencial e acaba devorando o que há de bom nos relacionamentos. A pesquisa mostra que vários tipos de câncer estão ligados ao stress. Stress é uma situação de conflito que se prolonga por muito tempo afetando nosso organismo. Daí termos as chamadas doenças psicossomáticas. Enfermidades oriundas da mente/emoções que acabam atingindo o corpo. Outras tantas, que empurram as pessoas para uma subvida enquanto podiam viver abundantemente.
Se não acontecer perdão durante nossa existência passaremos a viver tudo aquilo que Deus não planejou para nós.
O caminho da libertação emocional e física muitas vezes passa pelo perdão. Quantas enfermidades não são curadas porque o perdão não foi praticado? Deus nos diz nos salmos 103:3 “Ele é o que perdoa todas as tuas iniquidades, que sara todas as tuas enfermidades”. Via de regra Deus age dessa maneira: primeiro perdoa, depois cura. Deveríamos seguir este caminho em nossa vida. Geralmente o perdão precede cura. Muitas enfermidades existirão mesmo depois de alguém ter orado porque o perdão não foi experienciado.
O perdão deve ser praticado porque Deus já nos perdoou oferecendo seu único filho para morrer por nós. Então a base do perdão humano está no perdão divino. Na parábola do credor incompassivo temos alguns números que deveriam chamar nossa atenção. O Rei perdoou ao seu servo uma dívida de 60.000.000 de dias de trabalho e este servo não conseguiu perdoar seu conservo uma dívida de 100 dias de trabalho. O que estes números nos dizem? Que o perdão que recebemos de Deus é infinitamente maior do que aquele que devemos praticar com nosso próximo.
Alcance a plenitude de vida vivendo o perdão. Saia de sua prisão existencial praticando o perdão. Conquiste o prazer de viver perdoando.
“Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete”.

Soli Deo Gloria

Pr. Luiz Fernando R. de Souza

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