03 dezembro 2012

Dar Dinheiro na Igreja




Dar dinheiro na igreja tem sido uma prática cada vez mais questionada. Certamente em virtude dos abusos de lideranças religiosas de caráter duvidoso, e a suspeita de que os recursos destinados à causa acabam no bolso dos apóstolos, bispos e pastores, não são poucas as pessoas que se sentem desestimuladas à contribuição financeira. Outras tantas se sentem enganadas, e algumas o foram de fato. Há ainda os que preferem fazer o bem sem a intermediação institucional. Mas o fato é que as igrejas e suas respectivas ações de solidariedade vivem das ofertas financeiras de seus frequentadores e fiéis. Entre as instituições que mais recebem doações, as igrejas ocupam de longe o primeiro lugar na lista de valores arrecadados. Por que, então, as pessoas contribuem financeiramente nas igrejas?
Não são poucas as pessoas que tratam suas contribuições financeiras como investimento. Contribuem na perspectiva da negociação: dou 10% da minha renda e sou abençoado com 100% de retorno.  Tentar fazer negócios com Deus é um contra-senso, pois quem negocia sua doação está preocupado com o benefício próprio, doa por motivação egoísta, imaginando levar vantagem na transação. É fato que quem muito semeia, muito colhe. Mas essa não é a melhor motivação para a contribuição financeira na igreja.
Há quem contribua por obrigação. É verdade que a Bíblia ensina que a contribuição financeira é um dever de todo cristão.  A prática do dízimo, instituída no Antigo Testamento na relação de Deus com seu povo Israel foi referida por Jesus aos seus discípulos, que deveriam não apenas dar o dízimo, mas ir além, doando medida maior, excedendo em justiça. A medida maior era na verdade muito maior. Os religiosos doam 10%, os cristãos abrem mão de tudo, pois crêem que não apenas o dízimo pertence a Deus, mas todos os recursos e riquezas que têm em mãos pertencem a deus e estão apenas sob seus cuidados.
Alguns mais nobres doam por gratidão. Pensam, “estou recebendo tanto de Deus, que devo retribuir contribuindo de alguma maneira”. Nesse caso, correm o risco de doar apenas enquanto têm, ou apenas enquanto estão sendo abençoados. A gratidão é uma motivação legítima, mas ainda não é a melhor motivação para a contribuição financeira.
Existem também os que contribuem em razão de seu compromisso com a causa, com a visão, acreditam em uma instituição e querem por seu dinheiro em algo significativo. Muito bom. Devem continuar fazendo isso. Quem diz que acredita em alguma coisa, mas não mete a mão no bolso, no fundo, não acredita. Mas essa motivação está ainda aquém do espírito cristão. Aliás, não são apenas os cristãos que patrocinam o que acreditam.
Muitos são os que doam por compaixão. Não conseguem não se identificar com o sofrimento alheio, não conseguem viver de modo indiferente ao sofrimento alheio, sentem as dores do próximo como se fossem dores próprias. Seu coração se comove e suas mãos se apressam em serviço. A compaixão mobiliza, exige ação prática. Isso é cristão. Mas ainda não é suficiente.
Poucos contribuem por generosidade. Fazem o bem sem ver a quem. Doam porque não vivem para acumular ou entesourar para si mesmos. Não precisam ter muito. Não precisam ver alguém sofrendo, não perguntam se a causa é digna, não querem saber se o destinatário da doação é merecedor de ajuda. Eles doam porque doar faz parte do seu caráter. Simplesmente são generosos. Gente rara, mas existe. O relacionamento com Jesus gera esse tipo de gente.
Finalmente, há os que contribuem por piedade. Piedade, não no sentido de pena ou dó. Piedade como devoção, gesto de adoração, ato que visa apenas e tão somente manifestar a graça de Deus no mundo. Financiam causas, mantém instituições, ajudam pessoas, tratam suas posses como dádivas de Deus, e por isso  são gratos, e são generosos. Mas o dinheiro que doam aos outros, na verdade entregam nas mãos de Deus. Para essas pessoas, contribuir é adorar.

Fonte - Edrenekivitz

Soli Deo Gloria

Pr. Luiz Fernando R. de Souza

8 comentários:

  1. Pr. Luiz Fernando, leio algumas vezes seu blog e na maioria das vezes gosto. Mas não posso concordar com todas as afirmações do sr. Kivitz. Aliás, ele sempre isso: coloca o erro sutilmente no meio de algumas verdades. Um perigo! Ao falar de contribuir com Generosidade, ele afirma que o relacionamento com Jesus produz pessoas que doam sem perguntar se a causa é digna ou não! Isso é um absurdo! O Sr. Kivitz está errado! Quem anda com Cristo não age assim. Ao contrário, sempre deve e procura saber se os recursos que recebeu de Deus estão sendo sabiamente investidos em coisas dignas do REI. Isso se chama BOA mordomia. Seria justo um crente investir na causa Espírita? Seria correto ajudar financeiramente os Testemunhas de Jeová? É claro que não! Assim, o mal mordomo peca quando aplica os recursos de seu Senhor sem se importar se a causa é digna ou não, e se quem recebe é merecedor ou não. Paulo diz a Timóteo que não deve ajudar viúvas que casaram-se muitas vezes, que não ajudaram os santos, etc (I Tm 5). Paulo diz claramente que devemos verificar se a pessoa é merecedora ou não. A Bíblia é nosso padrão de conduta, o sr. Kivitz não é! Por fim, investir os recursos do REI sem verificar se a causa é digna e o destinatário merecedor, tornaria a Igreja um antro de aproveitadores para levar os recursos que criteriosamente deveriam ser utilizados. Espero que o senhor retire o ensino aqui postado e encaminhe o alerta deste perigo à todos que recebem seus posts. Desejo que o blog do Irmão continua jorrar somente verdades fundamentadas na palavra.

    Deus o abençoe.
    Pr. Marcos Samuel - Igreja Batista Redenção
    www.igrejaredencao.org.br

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    1. Prezado colega Pr. Marcos,
      sempre sua vista ao blog é enriquecedora. Entendi perfeitamente suas colocações. Sempre quando lemos um texto corremos o risco ou mesmo o interpretamos com toda nossa bagagem cultural, vivencial e social. Essa percepção se mostra diferente para pessoas diferentes. Suas colocações procedem se o Pr. Edrenekivitz tivesse apontado para os exemplos que o colega deu. Entendo que o Pr. Rene apontou para a liberalidade e somente isso. Não falou em ofertar irresponsavelmente como se estivesse atirando para todos os lados, mas salientou que algumas pessoas possuem esta característica de ser ofertante e liberal. Acho que foi somente isso.
      Quanto a ofertar com responsabilidade e critério o colega tem toda razão e esse e o mesmo entendimento que tenho.
      Obrigado por sua visita.
      Um forte abraço.
      Em Cristo
      Pr. Luiz Fernando

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    2. Boa Palavra Pr Marcos, penso que se alguem esta ifertando em algum lugar , logico dentro de nossa otica, errado ele oferta voluntariamente, isdo e de forum intimo. Quem recebe e usa indevidamente e responsabilidade pessoal, crems que Deus esta Reinsndo, enfatzar is que erram maus ds que os acertam nao vejo proposito se nao o de criticar. Tenho conhecido verdadeiros Apostolos, Bispos e pastores que estao verdadeiramente comprometidos com o Reino de Deus, seria muito bom que nossos olhos e Palavras fosse sobre is que acertam e nao sobre os que erram. Um abraco. Ps. Esta tudo sem acento, ainda nao descobri como acentura neste tablete

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  2. Prezado Pr. Luiz, obrigado por responder. Porém, não sei se entendi corretamente a resposta do irmão.

    Certamente podemos correr o risco de interpretar textos com base em nossa bagagem cultural, vivencial ou social. Porém, não vejo onde isso tenha ocorrido aqui. Interpretei o texto unicamente pelo reto ensino das escrituras.

    Não vejo como é possível interpretar a frase do Sr. Kivitz de outra forma, sem implicar em desobediência a Bíblia?

    A questão aqui não é só ter liberalidade. Ele ensina que existe em tipo de ofertante (RARO), que só surge da proximidade com Jesus. Esse tipo de ofertante age da seguinte forma:

    [Doam generosamente e não perguntam se a causa é digna, não querem saber se o destinatário da doação é merecedor de ajuda]

    Ora, a Bíblia chama esse tipo de pessoa de INSENSATO. A proximidade com Jesus forma SÁBIOS.

    Pergunto ao amado irmão: Devo realmente ensinar as ovelhas de Cristo o que disse o Sr. Kivitz?
    1. Deve o crente investir o recurso que Deus lhe dá sem antes buscar saber se é em algo digno?
    2. Deve a Igreja de Cristo seguir esse princípio na aplicação dos dízimos e ofertas recebidas?
    3. Deve um crente ajudar pessoas sem julgar se são merecedoras de ajuda ou não?
    4. Deve a Igreja agir dessa forma no uso dos recursos destinados a assistência social?

    Em Atos 4.35, vemos que a ajuda deve acontecer conforme a necessidade de quem precisa. Para isso precisamos saber se a pessoa é MERECEDORA da ajuda ou não.

    O ensino do Sr, Kivitz está errado. Isso não é fruto de uma interpretação em convenções humanas, preferências socias ou experiências vivenciais. Ela é fruto do uso filtro da palavra de Deus.

    Jamais ensinarei as ovelhas de Cristo a serem liberais (generosas), sem antes serem CRITERIOSAS.
    Assim, liberalidade não implica em ausência de padrões.

    Espero ter me feito mais claro agora.
    Deus o abençoe.
    Um grande abraço ao Pr.

    Pr. Marcos Samuel - Igreja Batista Redenção
    www.igrejaredencao.org.br

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  3. "Porque PARECEU BEM à Macedônia e à Acaia levantar uma oferta fraternal para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém" (Romanos 15.26)

    Sabemos pelo testemunho de Paulo que a maneira como as igrejas da Macedônia doavam era exemplar. E ela julgava, sim, a causa para suas ofertas que muitas vezes excediam suas capacidades financeiras. A expressão "pareceu bem" demonstra o escrutínio exercido por essas igrejas para que a oferta fosse finalmente levantada.

    Logo, os trecho do texto "Fazem o bem sem ver a quem" e "Não precisam ver alguém sofrendo, não perguntam se a causa é digna, não querem saber se o destinatário da doação é merecedor de ajuda" não se harmonizam com os preceitos de boa mordomia realçados pelo Pr. Marcos Samuel.

    Ev. Leandro Boer
    Igreja Batista Redenção
    www.igrejaredencao.org.br

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  4. NÃO VEJO NA BÍBLIA NENHUM TEXTO EXPLICATIVO QUANTO AO MOTIVO PARA DOAR(OFERTAR), CLARO SEM CONTAR O TEXTO DE MALAQUIAS 3:10 (VELHO TESTAMENTO), QUE DIZ: TRAZEI TODOS OS DÍZIMOS A CASA DO TESOURO PARA QUE HAJA MANUITENÇÃO DA MINHA CASA. QUANTO A OFERTAR, É UMA AÇÃO LIBERAL, OU VOLUNTÁRIA. TEMOS QUE COLOCAR EM NOSSO CORAÇÃO O TEXTO QUE PAULO DEIXOU ESCRITO EM 2ª CORINTHIOS 9:10,11, CITO: AQUELE QUE DÁ SEMENTE AO QUE SEMEIA E PÃO PARA ALIMENTO,DARÁ TAMBÉM A ABUNDANCIA DA SEMENTE A VÓS E FARÁ CRESCER OS FRUTOS DA VOSSA JUSTIÇA. EM TUDO ENRIQUECENDO PARA TODA A BENEFICÊNCIA, A QUE POR NÓS SE DEÊM "GRAÇAS A DEUS.DEVEMOS ENSINAR O POVO A SEMEAR SIM, POIS DIZER QUE QUANDO SEMEAMOS SEM ESPERAR ALGO EM TROCA É HIPÓCRISIA. A OBRA DO SENHOR CRESCE COM A OFERTA DO SEUS FILHOS, POIS NÃO TEMOS INVESTIMENTO DO GOVERNO, JÁ QUE SOMOS PROTESTANTE. A RELIGIÃO, QUE DIZEM NÃO SER OFICIAL, JÁ QUE ESTAMOS EM UM ESTADO LAICO, RECEBE MUITA VERBA DO ESTADO ATRAVÉS DAS ESTATAIS, COMO A PETROBRÁS, BANCO DO BRASIL E OUTRAS. VOCÊS JÁ VIRAM ALGUM ORGÃO FEDERAL, ESTADUAL OU MUNICIPAL, OU MESMO ALGUM EMPRESÁRIO REFORMAR ALGUM TEMPLO EVANGÉLICO?

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  5. Olá Pastores. Acho essa questão de dízimo muito séria e delicada. Sou dizimista e ofertante, mas tenho que ressaltar aqui que a prática em muitas igrejas é constrangedora. Em muitos lugares o dízimo está acima da salvação, a oferta na frente da santidade. Se a pessoa é dizimista é abençoada. Gente, que tal a pastorada ser mais sensata nestas questões. Deus irá cobrar de todos nós (e pelo enfoque e o tempo que Jesus deu a essa questão, certamente ela não vai definir a eternidade de ninguém). As pessoas não cristãs (e muitas cristãs) enxergam que a igreja tem interesse em aumentar o faturamento. Poucos ainda estão expressando o amor sacrificial de Jesus. Gostaria de ouvir menos esse assunto de semear e ceifar e gostaria deu ouvir mais do que Jesus fez por mim. De uma ovelha!

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  6. Ola Pastor. Meu nome é Éric, sou pastor da Igreja Internacional da Graça de Deus de Bauru\SP e lendo a postagem do senhor me senti tocado em testemunhar uma doação de tamanha generosidade que recebemos em nossa igreja. Pagávamos aluguel por mais de 20 anos, alem de outras despesas comuns em todas as igrejas até que um irmão se sentiu tocado e de maneira silenciosa construiu um templo acima das expectativas para nós, nos apresentando já na fase de acabamento. Para surpresa nossa, ele nos apresentou dizendo que estaria doando aquele lindo imóvel, onde pela ultima conversa que tive com ele gastou cerca de 4 milhões de reais. Disse que esta construção representa alguns anos de dizimo acumulado. Se quiser ver as imagens basta acessar no site do youtube o tema "testemunho da igreja internacional da graça de deis de bauru". Ele afirmou ainda que é grato a Deus por ter ele sido escolhido para esta missão, pois o Senhor poderia ter escolhido outra pessoa. Fique na paz!!!!

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