Tem
sido alardeado nas redes sociais a chegada de mulçumanos ao Brasil, como se
isso fosse o fim do mundo. Várias páginas do Facebook e blogs de cristãos e
mensagens pelo Whatsapp apontam para um caos que aporta no país. Uma dessa
mensagens diz que estão chegando ao pais 3 ou 13 navios enviados pela ONU com 1.800.000
mulçumanos. Pergunto-me: “Qual o tamanho destes navios para comportar esse
número de imigrantes? Entendo o receio
destes irmãos e até compartilho um pouco dele. Mas se olharmos para a condição
global em que vivemos, não deveríamos nos assustar com isso porque essa onda imigratória
já invadiu a Europa e é uma realidade que não se pode negar. Milhões de
refugiados árabes buscam asilo fugindo de guerras que dizimam comunidades
inteiras. Consequentemente, com tais refugiados, extremistas se misturam e as
consequências todos nós sabemos.
Parece-me
que para muitos cristãos o Brasil estava preservado em uma bolha e que as
grandes crises mundiais nunca chegariam aqui. Só que isso é uma utopia. Vivemos
em uma aldeia global e estamos sujeitos aos reveses comuns a todos os humanos
espalhados pelo planeta. Mulçumanos ou indianos ou filipinos são todos seres
humanos que com suas características se apresentam como oportunidades e
desafios. Desafios por parte de governos que ao aceitar contingentes humanos em
seus territórios terão de suprir necessidades antes não manifestadas como:
trabalho, saúde, segurança, educação, moradia etc. No Brasil, nestes momentos,
vejo a imigração, mesmo de países vizinhos, como agravamento da atual crise pela
qual passamos. Somados a milhões de desempregados veremos um aumento de
criminalidade, filas enormes em hospitais públicos, aumento dos gastos
públicos, etc.
Mas
também vejo oportunidades para a igreja brasileira. Oportunidade para igreja
brasileira sair de suas 4 paredes e mostrar sua cara como agente transformador do
Reino de Deus para expansão do mesmo.
A
igreja brasileira afundou no lamaçal inútil e amorfo do mercado gospel. Tudo se
resume em louvor e prosperidade, daí o receio de mentalidades diferentes
chegarem ao país. Como igreja desaprendemos o que é fazer evangelismo Cristocêntrico,
visando a salvação do homem moderno através de uma mensagem que anuncia e pede
arrependimento de pecados diante de Deus que é justo, soberano e juiz de toda a
terra. Esse receio que permeia as redes sociais se deve ao baixíssimo conceito
que temos de Deus e por nossa descrença no poder transformador do Evangelho. Isso
se deve ao desvio, por parte de grande percentual de líderes, que desvirtuaram
a mensagem do Evangelho e abraçaram a Teologia da Prosperidade, abraçaram a
idéia que Deus é mais um treinador que vai melhorar nossas vidas, que o cristão
terá tudo o que sonha sem sofrimento, mas aqui e agora e que pregaram e
continuam a pregar tais sandices.
Como
igreja enfraquecemos e agora na condição de desnutridos da Palavra lamentamos e
tememos o que nos pode fazer o homem.
Creio
que se imigração aumentar será propósito de Deus para sacudir seu povo e
despertar para o tempo que vivemos. Seremos obrigados a repensar nos valores,
conceitos e posturas.
Para
mim nada a temer porque, como igreja, temos a mais poderosa mensagem que o
homem pode ouvir: “Que o Filho do Homem veio salvar o que se havia perdido”. Temos
a mais significativa mensagem que o homem precisa ouvir: “Que o significado da
vida está em Cristo Jesus que morreu e ressuscitou”.
Sim,
que Deus sacuda sua igreja e a desperte para ser aquilo que Ele sempre quis.
SOLI DEO
GLORIA
Pr.Luiz Fernando R. de Souza
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